Mesmo com a flexibilização na rotina por conta das férias, alguns limites são muito importantes
Chegou o período tão esperado pelas crianças: as férias escolares. Para muitos, mais do que uma pausa nos estudos, essa temporada representa a quebra da rotina, sem horários para acordar, comer e dormir, exposição à vontade diante das telas e excesso de guloseimas entre tantas outras ações que os pequenos adoram.
Sim, as crianças precisam de férias. Exatamente como os adultos, elas podem apresentar cansaço e ansiedade, e esse momento traz importantes benefícios. Além de criar lindas e importantes memórias, os pais ou responsáveis devem aproveitar esse período para estimular habilidades, promover a socialização, estreitar os laços afetivos e promover mais qualidade de vida para as crianças, incluindo os cuidados com a saúde mental.
Dicas simples podem fazer toda a diferença, como:
– Reservar um horário para realizar atividades recreativas e prazerosas com as crianças;
– Visitar parentes que as crianças não tenham muito contato, durante o período escolar;
– Viver novas experiências, seja passeando em lugares novos ou inventando novas brincadeiras;
– Estimular a autonomia da criança;
– Priorizar atividades ao ar livre;
– Fazer as refeições em família.
Porém é importante também não estimular uma agenda lotada de atividades, porque as crianças precisam descansar. Afinal, esse é um período em que as elas devem explorar o mundo de uma forma mais relaxada, mas alguns hábitos saudáveis precisam ser mantidos. “Os pais podem e devem ser mais flexíveis durante as férias escolares, mas é importante estabelecer limites. É importante que a criança pratique atividade física e mantenha os cuidados com a alimentação, a hidratação e a higiene, além de evitar dormir de madrugada”, enfatiza a Dra. Grace Teles, odontopediatra com formação em Medicina de Estilo de Vida.
O tempo de exposição em frente às telas deve seguir as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP):
– Menores de 2 anos: evitar a exposição às telas, inclusive passivamente;
– Entre 2 e 5 anos: máximo de 1 hora por dia, sempre com a supervisão dos responsáveis;
– Entre 6 e 10 anos: máximo de 1 a 2 horas por dia, sempre com supervisão dos responsáveis;
– Entre 11 e 18 anos: máximo de 2 a 3 horas por dia para telas e jogos de videogame, e nunca permitir “virar a noite” jogando ou em frente às telas
– Estimular o uso das tecnologias em locais comuns da casa e não de forma isolada nos quartos.
“Ficar em casa sem rotina e sentado em frente às telas é uma prática que merece cuidado porque traz uma série de malefícios. A criança perde a noção de tempo quando está na frente do celular, tablet ou televisão e isso acaba prejudicando a postura, o consumo de água é esquecido, assim como o de se alimentar de forma adequada, optando por alimentos açucarados. Sem falar na falta de estimular a criatividade, entre tantas outras coisas”, explica Dra. Grace Teles.
Fonte : Dra. Grace Teles é referência na área da Odontopediatria, com um direcionamento maior para a primeira infância, reconhecida pelo seu atendimento multidisciplinar, com foco na qualidade de vida e na ciência (baseada em evidência), e com formação em Medicina de Estilo de Vida. Ela é membro da Academia Brasileira de Odontologia, responsável pela comissão científica da Associação Cearense de Odontopediatria, tem doutorado em Ciências da Saúde, é professora adjunta da Unifor, professora responsável pelos projetos Mamãe-Bebê e projeto de crianças com deficiência e trabalha no Ambulatório de Odontologia do HGF, com pacientes com deficiência e bebês prematuros.