Os avanços no tratamento de doenças e infecções sexualmente transmissíveis (DSTs ou ISTs) se estendem também à saúde de bebês na gestação, parto e amamentação, quando as mães possuem alguma doença.
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No mês da campanha que conscientiza sobre o tratamento, especialista explica quais as formas de prevenir a transmissão vertical, ou seja, entre mãe e filho.
No caso da Aids, causada pelo vírus HIV, a transmissão pode se dar em até 28 dias após o nascimento. Em alguns casos, a precaução para evitar que as ISTs sejam passadas para as crianças envolve a interrupção do aleitamento no seio materno ou o uso de medicamentos pelo bebê.
A médica Luciana Nicastro, coordenadora da Obstetrícia da Maternidade do Hospital Sepaco, de São Paulo, destaca as principais formas de prevenção para cada tipo de doença:
HIV: Adota-se profilaxia intra-parto e a amamentação é suspensa. Até os bebês com baixo risco de contrair, devem receber o medicamento zidovudina após parto. Os que têm alto risco, recebem outros dois medicamentos.
Sífilis: O tratamento começa antes do parto. Após o nascimento, o bebê também é observado e pode precisar de tratamento com antibiótico.”Tem aumentado a ocorrência em mulheres com idade reprodutiva”, diz Luciana.
Hepatite B: As mães com carga elevada de antígeno para a doença têm risco de transmissão aos seus filhos, que pode ocorrer intra útero ou durante o parto. É praticada uma terapia antiviral para a mãe e os bebês podem receber a primeira dose da vacina e imunoglobulina de forma profilática antes das primeiras 12 horas de vida.
Hepatite C: Deve-se evitar a amamentação, por risco de fissuras mamilares e sangramento.
Herpes: Caso a mãe esteja com lesão genital ativa, a transmissão ocorre durante o parto. Nesse caso, há contraindicação de parto normal. A profilaxia começa a partir de 36 semanas de gestação.
Clamídia e gonorreia: “O rastreamento não é feito de rotina no acompanhamento pré-natal no Brasil. Entretanto, podemos solicitar se a mulher apresentar fatores de risco para estas doenças, outras ISTs, trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas”, ressalta a médica. O tratamento é feito com antibióticos. Entre as principais complicações no recém-nascido estão a conjuntivite, além da pneumonia de 2 semanas até 4 meses de vida do recém-nascido. A prevenção da conjuntivite é feita com solução de Nitrato de Prata
Fonte: médica Luciana Nicastro, coordenadora da Obstetrícia da Maternidade do Hospital Sepaco, de São Paulo