Diferentes tratamentos psicológicos têm sido desenvolvidos com o intuído de minimizar as consequências na infertilidade
Desde o relato do primeiro nascimento após o uso da Fertilização in Vitro (FIV), técnicas de reprodução assistida têm ajudado diversos casais considerados inférteis a atingir o sonho de serem pais. Contudo, apesar do intenso avanço das tecnologias nas últimas décadas, o número de ciclos que não resultam em gestação ainda é alto.
O sucesso da reprodução assistida depende de inúmeras variáveis biológicas, porém existem fortes evidências sugerindo que tanto o diagnóstico de infertilidade quanto o tratamento de reprodução assistida sejam altamente estressantes e o desgaste psicológico da pacientes interfira de maneira negativa no resultado do tratamento.
Diferentes tratamentos psicológicos têm sido desenvolvidos com o intuído de minimizar as consequências na infertilidade. Os resultados positivos de intervenções psicológicas podem ser expressos como diminuição na ansiedade, tensão, preocupação, medo e sintomas depressivos. Além disso, terapias que integrem corpo, mente e alma têm se provado bem sucedidas em melhorar a qualidade de vida de pacientes submetidas a ciclos de reprodução assistida e o (no) sucesso de gestação após ciclos de FIV.
O “Mindfulness” ou a “atenção plena”, uma técnica de meditação baseada na tradição Budista, que tem como objetivo desenvolver um tipo especial de qualidade mental, baseado na autorregulação da atenção e da consciência.
Recentemente, um grupo de pesquisadores da Third Military Medical University, na China, desenvolveu um trabalho com o objetivo de verificar o efeito da técnica de Mindfullness na qualidade de vida e no resultado de gravidez, de mulheres submetidas a ciclos de FIV. Para tal, os pesquisadores avaliaram 58 mulheres, que seguiram às práticas de meditação propostas pelo estudo, e 50 mulheres que não realizaram qualquer tipo de terapia. O estudo demostrou uma significante melhora na qualidade de vida e no sucesso de gestação entre as pacientes que praticaram a meditação quando comparadas às que não praticaram.
“Apesar de alguns profissionais da área médica serem céticos a respeito da influência da mente nos resultados de tratamentos de reprodução assistida, este estudo demonstra que o cuidado com as questões psicológicas da paciente não pode ser negligenciado, não apenas pelo o resultado do tratamento, mas também pela qualidade de vida”, comenta Dr. Edson Borges Jr, especialista em reprodução humana assistida e diretor científico do Fertility Medical Group.