Dra. Fabiana Oliveira explica que o tratamento com fisioterapia, na maioria dos casos, é suficiente para tratar a disfunção em crianças
Ao diagnosticar e tratar as possíveis alterações na mordida das crianças até os seis anos de idade é possível evitar o aparecimento de problemas mais graves na dentição permanente, simplificando ou até eliminando o uso de aparelhos ortodônticos no futuro. O tratamento odontopediátrico iniciado na infância gera bons resultados devido as crianças estarem em fase de crescimento e desenvolvimento.
Apesar disso, a literatura médica estima que até 35% das crianças apresentam algum indício de disfunção temporomandibular (DTM). Os sintomas mais comuns são dores de cabeça, zumbidos no ouvido, estalos ao mastigar ou até mesmo dificuldade para falar ou respirar.
Segundo a Dra. Fabiana Oliveira, fisioterapeuta especialista em DTM (disfunções temporomandibulares) e dor orofacial, na maioria dos casos da disfunção em crianças o tratamento conservador com fisioterapia é o mais indicado e suficiente para tratar e diminuir todos os sintomas da disfunção. “Por estar em processo de desenvolvimento, dificilmente uma criança terá que ser submetida a cirurgia. Geralmente um tratamento como a fisioterapia já será suficiente para aliviar os sintomas”, afirma a especialista.
Além da genética, as crianças podem desenvolver a disfunção por meio de traumas físicos, brincando e correndo, como batendo a cabeça ou machucando o queixo. Além de praticar hábitos parafuncionais, como morder canetas, brinquedos, roer unhas ou mascar chicletes excessivamente.
O problema em diagnosticar uma disfunção na ATM em uma criança se dá pela dificuldade em conseguir expressar de onde vem a dor, como ela é e qual a frequência da mesma. Por esse motivo, a fisioterapeuta reforça a importância dos pais estarem atentos ao conjunto de sintomas relatados pela criança e ao surgir a suspeita de problemas na ATM procurar profissionais como bucomaxilos, craniomaxilos ou fisioterapeutas especialistas em DTM.
Relação com emocional
A ansiedade é um transtorno que atinge uma entre cada seis pessoas em todo o mundo. Os prejuízos mais comuns relatados por quem tem ansiedade são estresse, insônia e nervosismo. Mas você sabia que o problema também pode afetar a saúde bucal?
Pessoas expostas a alterações emocionais apresentam um aumento da atividade muscular orofacial – e uma tensão maxilar excessiva, o que pode desencadear distúrbios bucais, como bruxismo e até a DTM.
A fisioterapeuta reforça que quadros emocionais fragilizados também podem ocasionar ou piorar os sintomas da DTM infantil. “A ansiedade pode ocorrer em crianças por diversos motivos, como: o ingresso cada vez mais cedo na escola ou a pressão dos pais no desempenho escolar. Essa ansiedade pode desencadear hábitos parafuncionais como roer unhas, prender objetos com a boca, sucção dos dedos das mãos ou dos pés, entre outros”, afirma Fabiana.
Por isso, em muitos casos é necessário um tratamento multidisciplinar para trabalhar e controlas os níveis de ansiedade.