Especialista dá dicas para pais e cuidadores saberem como agir em casos de engasgos
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Dra Kelly Oliveira, pediatra compartilha orientações sobre o que fazer em caso de engasgos em bebês e crianças
er um bebê engasgar é um dos momentos mais angustiantes que um pai ou mãe pode enfrentar. O engasgo ocorre quando algo bloqueia parcialmente ou totalmente as vias respiratórias, impedindo a criança de respirar adequadamente. Pode ser causado por alimentos, líquidos ou pequenos objetos. Manter a calma durante um episódio de engasgo é desafiador, mas essencial, pois agir rapidamente e de forma correta pode salvar a vida do bebê. Conhecer os procedimentos adequados para lidar com essas situações é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar dos pequenos.
Pensando nisso a pediatra, Kelly Oliveira, especialista em amamentação e pós graduanda em autismo, que promove os cuidados na primeira infância, através de conteúdos didáticos em suas redes sociais e autora do livro “Descomplicando a Introdução Alimentar”, compartilha algumas dicas para pais, cuidadores, professores de como agirem em casos de engasgos e a importância de saber fazer a manobra de Heimlich em bebês e crianças:
Como reconhecer um engasgo?
É necessário antes de tudo saber diferenciar se é um engasgo ou um GAG.
O GAG é normal e esperado, é um reflexo corporal que expulsa o alimento do corpo para evitar o engasgo. Se assemelha a uma ânsia, o bebê cospe para fora o que não consegue engolir, para fora da boca.
Já o engasgo ocorre quando há um alimento obstruindo as vias aéreas por não conseguir ser eliminado sozinho. Pode ser parcial, quando há obstrução, mas ainda bebê consegue respirar ou total, quando ocorre a obstrução das vias aéreas. Ele é uma emergência médica que precisa de intervenção imediata.
Conhecer os sintomas de um engasgo também é essencial para que se aja rápido. São eles:
- Tosse silenciosa;
- Respiração ausente ou acelerada;
- Choro incessante;
- Vermelhidão no rosto por privação de ar;
- Desmaio ou perda de consciência;
Manobra de Heimlich
Confira abaixo como fazê-la:
Para crianças menores de 2 anos:
- Coloque o bebê de bruço e apoiado no seu braço com a cabeça voltada para baixo.
- A cabeça precisa ficar mais baixa que o tronco, para facilitar a saída do objeto
- Dê 5 tapas no meio das costas, entre os ombros, não muito fortes.
- Caso o bebê não desengasgue, proceda a segunda parte da manobra.
- Vire o bebê de barriga para cima, posicione a cabeça mais baixa que o tronco.
- Faça 5 compressões no tórax, na altura dos mamilos, com o dedo indicador e o
- médio apontando para baixo.
- Se a criança chorar, tossir ou vomitar é sinal que ela desengasgou. Se ela continuar engasgada, repita a manobra quantas vezes forem necessárias.
Para crianças maiores de 2 anos:
- Se posicione atrás da criança e se ajoelhe na altura dela.
- Abrace a criança por trás dela.
- Com uma mão fechada, o polegar voltado para dentro, faça um movimento em “3”.
- Uma mão fechada apoia na altura do estômago, empurrando num movimento rápido e firme para trás e para cima.
- A outra mão aberta fica sobre a mão fechada, para ter maior firmeza no movimento.
- Você pode repetir o processo quantas vezes forem necessárias. Faça todo o procedimento até o socorro chegar, caso tenha ligado ou chamado a emergência.
- Caso o bebê chore, vomite, ou comece a tossir, é um bom
- sinal, ou seja, conseguiu desengasgar. Aos poucos, a cor dos
- lábios e da pele devem voltar ao normal.
- Se ele continuar engasgado, repita o procedimento.
É muito importante estar atento nesses momentos, porque isso é uma emergência médica e deve ser levada a sério.
Fonte: Kelly Oliveira é médica, mãe de duas, palestrante, escritora e mentora. Através de seu impacto nas mídias com informações de excelência e qualidade, tornou-se referência em sua área. Além de médica formada pela Unicamp, pediatria pela USP, e Alergista e Imunologista pela Unifesp, especializou-se em Amamentação pelo International Breastfeeding Centre, Toronto, Canadá.