Segundo dados recentes divulgados pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention) dos Estados Unidos, 1 em cada 44 crianças é autista
Todo pai e mãe de um filho diagnosticado com autismo pode afirmar quão impactante foi o sentimento ao receber o diagnóstico. A criança diagnosticada com autismo precisa de mãos seguras que o auxiliem a cada passo desse processo de descoberta; apesar de parecer um processo desafiador, ele não é impossível quando existe uma rede de apoio.
“Quando descobri o autismo do meu filho, senti um abismo imenso e então percebi o quanto eu mesma e a sociedade estávamos despreparadas. Debater a questão era algo muito difícil tanto para as escolas, quanto para as famílias. Tudo é muito complexo, pouco aprofundado, sem contar o emocional. A mãe nunca espera esse tipo de diagnóstico, e é normal que por um tempo, ficarmos em negação”, pontua Ingrid Monte, mãe de Pedro, na época com 2 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Infelizmente, na sociedade pouco se fala sobre o TEA, mas sabemos que muitas pessoas dentro do espectro podem brincar, estudar, trabalhar, e construir relacionamentos; assim como qualquer outra. A única diferença é que a pessoa diagnosticada com autismo se desenvolve de forma específica, muitas vezes com uma preocupação a mais em relação ao ambiente e estímulos.”, menciona a Terapeuta Ocupacional, Thalita Sanchez.
Separamos, com a ajuda da equipe da Genial Care, algumas dicas essenciais pensando nas famílias que buscam conforto e amparo após receberem o diagnóstico.
O primeiro passo é aceitar
Ao nascer uma criança, todos os planos e expectativas para o crescimento são postos à prova, moldando-se à medida que experiências são vividas. Quando o núcleo familiar é confrontado com o diagnóstico do autismo, as famílias têm de se reorganizar, recriar novas expectativas e fazer surgir novas realidades.
Um dos pontos importantes é fugir dos mitos do autismo que rodeiam, principalmente, a internet. Quebre esses mitos! As pessoas no espectro autista também podem se desenvolver dentro de suas individualidades, e carregam consigo uma forma particular de enxergar e interagir com o mundo e a si mesmo.
1) Procure saber mais sobre o autismo. A busca das informações favorecem as conquistas de seu filho.
2) Compartilhe essas informações com familiares e colegas. Mostre o quanto é importante ter empatia com a criança e entender a forma como ela pensa.
3) Pessoas autistas podem se desenvolver de diversas formas e, muitas vezes, nos surpreendemos com a maneira como aprendem. Temos um novo mundo para conhecer.
Busque auxílio de profissionais especializados
Quando receber o diagnóstico de que seu filho tem autismo, inicie os acompanhamentos terapêuticos o quanto antes. “As intervenções ocorrem com uma equipe multidisciplinar composta normalmente por profissionais da psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, pedagogia e neuropediatra.”, destaca Thalita Sanchez.
Escolha e conheça os profissionais que farão parte dos atendimentos. Tire suas dúvidas e lembre-se que você é quem melhor conhece seu filho, por isso, deve se sentir à vontade com a equipe que cuidará dele. Um tratamento adequado certamente será capaz de proporcionar a você e sua família uma melhor qualidade de vida.
Incentive seu filho!
Ensine e auxilie nas tarefas do cotidiano e nos cuidados consigo mesmo. Assim como qualquer criança, esperamos que ele aprenda a se vestir, se alimentar, organizar o material escolar, brinquedos, etc.
“Uma dica bacana para o dia a dia é incluir a criança nas atividades da casa, assim ela se sente incluída na rotina. Elogie sempre que ele conseguir realizar qualquer ação sem auxílio, isso o estimula. Entretanto, tenha paciência, pois tudo é um processo de aprendizagem e descoberta para autonomia. É esperado que a evolução ocorra de forma gradual e contínua.”, explica a Terapeuta Ocupacional.
É verdade que uma criança diagnosticada com um transtorno pode precisar de adaptações em casa e na rotina. Mas, a longo prazo, acompanhar a evolução da criança com autismo e, principalmente, sua felicidade pode ser muito rica e prazerosa!
Não esconda seu filho do mundo
É importante buscar a integração de seu filho e sua família à sociedade. É possível que parentes ou amigos tenham resistência, mas a palavra-chave para esse momento é persistência. O mesmo se aplica para a integração da criança nas escolas.
Embora a pessoa diagnosticada com autismo possua o direito de frequentar a escola conforme a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), é comum que famílias encontrem algumas dificuldades. Pesquise a melhor opção para seu filho e trabalhe em conjunto com os professores para garantir o cuidado que ele merece.
Institui os direitos dos autistas e suas famílias em diversas esferas sociais. Dentro dessa lei, pessoas com o transtorno de espectro autista são consideradas deficientes, por isso a lei assegura a utilização de serviços da Assistência Social – no município onde reside – e possibilita o direito à educação com atendimento especializado.
A Lei Romeo Mion cria a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (CipTEA), que garante a todos aqueles com o diagnóstico de autismo um documento que possa ser apresentado para informar a condição do indivíduo. O nome foi inspirado em Romeo Mion, filho adolescente do apresentador de TV Marcos Mion.
Além dessas Leis, existem benefícios que auxiliam, como: Benefício da Prestação Continuada (BPC), redução na carga horária de trabalho e outros que reduzem as dificuldades encontradas no cotidiano.
É natural do ser humano procurar se proteger quando percebe uma situação ameaçadora, principalmente quando o cenário é carregado de incertezas. Logo, é normal sentir um baque logo após seu filho ser diagnosticado com autismo.
Não se culpe, não se julgue e busque sempre uma rede de apoio. “Existem muitos grupos de pais de crianças com TEA. Procure auxílio e converse. A troca de experiência é algo enriquecedor e acalentador. Lembre-se também que é importante que você tenha o seu espaço de descanso pessoal e momentos para você e seu parceiro(a). É muito importante cuidar da saúde mental de todos que estão ao redor da criança com o diagnóstico, o bem-estar dos pais é essencial!”, reforça a Terapeuta Ocupacional, Thalita Sanchez.