Na hora de fazer uma festa o difícil é escolher dentre as inúmeras opções de brinquedos e atividades oferecidas por buffets e empresas de locação de brinquedos.
Brincar é coisa séria. E como! O dito não expressa uma ideia vazia, ao contrário, diz muito sobre o desenvolvimento social e cultural de todas a épocas. No livro “A história do brinquedo” (223 p., Ed. Alegro, 2001), a autora Cristina Von mostra que as brincadeiras faziam parte da vida de crianças e adultos desde os tempos antigos e que os brinquedos eram confeccionados para inúmeras finalidades. Soldadinhos de chumbo, por exemplo, divertiam e estimulavam reis a simular guerras e criar estratégias de ataque e defesa.
Ainda na perspectiva histórica, vale lembrar que no decorrer dos tempos, crianças preparavam seus próprios brinquedos com materiais que estavam à mão, como retalhos de tecidos e restos de madeira. Assim, meninos construíam carrinhos e meninas, bonecas, reforçando e reproduzindo valores sócio-culturais e familiares de cada tempo, além de despertar a criatividade e a capacidade motora.
Mas o brinquedo passou a ser considerado fundamental para a compreensão de mundo da criança apenas no século XVIII, com a chegada da modernidade e a industrialização de bonecas, carrinhos etc. Chegamos ao século XXI. Através de tecnologias e constante aperfeiçoamento, as atrações são cada vez mais inovadoras e sofisticadas. Muitas delas unem atividade física com imaginação.
A alta qualidade na fabricação de entretenimento envolve as crianças num universo de encanto, que atende as mais diferentes fantasias.
Cenários mágicos
Buffets temáticos com jeito de castelos ou florestas são um prato cheio para encher as cabecinhas infantis de sonhos. Só em São Paulo, a estimativa é a de que haja mais de 400 lugares que oferecem espaços que remetem ao mundo do conto de fadas onde as crianças encontram um ambiente propício para interagir e aprender.
Criados para soltar a imaginação, os cenários podem ocupar toda a área do buffet desde a fachada e reforçar o clima com a caracterização de garçons, monitores e gerentes. Outra opção são os buffets com ambientação clean, mas com recantos criados para crianças pequenas, localizados próximos da área destinada a pais e avós. O local é estrategicamente pensado para a tranquilidade de papais e mamães, que ficam o tempo todo de olho no seu pequeno ao mesmo tempo que participam das brincadeiras sem abrir mão da companhia dos outros adultos.
Além de selvas, florestas e castelos – que naturalmente transportam a mente para outra época favorecendo a inventividade -, os buffets infantis lançam mão de diversos recursos que cumprem esse papel, como lagos com carpas, aquários, pinturas no piso e espelhos. Também não dá para esquecer os mascotes, que dão vida ao sonho das crianças. Os bonecos têm forte intenção lúdica e, muitas vezes, se transformam em bons amigos da garotada, que voltam ao buffet mesmo em dias que não têm festa só para visitá-los.
Com jeito de aventura
Aprender, experimentar, organizar emoções, construir autonomia. Os brinquedos são grandes aliados no desenvolvimento motor e cognitivo infantil. Em tempos de ecologia em alta, interagir com a natureza é uma boa pedida.
Graças a procura crescente, muitos buffets já disponibilizam equipamentos que desafiam os pequenos a ultrapassar inúmeros obstáculos, como o brinquedão e o arvorismo. Por se tratar de brinquedos abertos para crianças de todas as idades – todas mesmo! Aí estão incluídos também os adultos – os níveis de dificuldade a serem ultrapassados são menores, mas não menos emocionantes. Além do espírito de aventura e da superação de limites físicos e até psicológicos, esse tipo de brinquedo promove certa integração com o meio natural, contribuindo com o desenvolvimento de uma consciência de preservação ambiental, afinal eles normalmente são construídos com madeira certificada.
O arvorismo encontrado em buffets infantis é contemplativo. Ou seja, possui percursos de baixa dificuldade, com passarelas firmes, proteções laterais de redes e grandes plataformas de descanso. No percurso, o participante pode parar para brincar na casinha na árvore, na tirolesa ou na parede de escalada. Isso é que é brincadeira nas alturas!
Cama elástica, piscina de bolinhas, casinha de bonecas com minimóveis, gangorra, roda gigante, carrossel, xícara maluca… De acordo com estudos publicados, crianças com idade inferior a três anos não conseguem se envolver em situações imaginárias e por isso o brinquedo é item fundamental para que ela aprenda a agir numa esfera cognitiva, não visual. (Palhares, Marina S. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, Vol. 6, No 1 (1997)).
Educativos e interativos
Tanto em buffets quanto em parques ou mesmo em empresas de locação de infláveis, as crianças encontram estímulos importantes para seu desenvolvimento. Além dos brinquedos característicos de parques, as áreas baby montadas em buffets ou construídas em festas particulares – muitas vezes totalmente acolchoadas para evitar acidentes – são equipadas com circuitos pedagógicos, como floresta, pescaria, fazendinha, hortifruti, pet shop, construtor, sítio arqueológico, hospital, além de jogos de som e Kiddie Rider (helicóptero, trenzinho e outros).
Em “Revisão da Evolução Tecnológica na Área de Jogos Eletrônicos”, Gustavo Afonso Rodrigues, do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo conta que as primeiras máquinas de pinball representam o início da história dos jogos eletrônicos, que até a invenção dos fliperamas passou por muitos processos de amadurecimento. No início da década de 1970, os investimentos aumentaram e eles começaram a ganhar o formato como hoje os conhecemos.
Mecânicos e eletrônicos
Mas os games caíram mesmo no gosto do público após o sucesso do Atari, a partir de 1976. No final da década de 90, os videogames de quinta geração marcaram o advento dos jogos em 3D, que oferecem mais realismo e ação às brincadeiras. Em 2000, entraram em cena os jogos de sexta geração e em 2005, os de sétima.
Atualmente o mercado está repleto de opções em termos de games. Os simuladores são a nova aposta para atrair crianças e adultos para um mundo “quase” de verdade e de fortes emoções, mas com total segurança. É o caso dos simuladores de moto, jet ski, carro, nave espacial, montanha russa, boliche, quadriciclo, jeep. Podemos incluir nessa categoria Playstation, Nintendo Wii, Guitar Hero e Rock Band que já fazem parte do rol de brinquedos encontrados na maioria dos buffets infantis de São Paulo.
Tecnologia em aperfeiçoamento constante garante o surgimento não apenas de games de console, ou seja, com centros de controle. Brinquedos ganham status high-tech com uso criativo de sistemas. É o caso do Air Game, Tacoball, Play Gol, Missão Impossível, Arena Laser, Cinemotion 3D a 6D e até do totem multimídia, um recurso muito bem aproveitado em festas, porque registra a imagem dos convidados durante a comemoração e a envia para o e-mail do participante ou a imprime na hora.
Na mesma linha de brinquedos que exigem o movimento do participante, sem necessariamente contarem com fina tecnologia, os buffets infantis estão abastecidos: Dona Barata, Pula Corda, Máquina de Dança, Mata Dengue, Zoopa, La Bamba, Tomo Legal, Barco Vicking, Perdidos no Espaço e Montanha Russa. Já tradicionais em casa de festas, não podem ficar de fora Monorail e Autorama. Entre os mais radicais, destaque para X-Bike, Bungee Trampolim, Tobogã, Elevador ou Torre e Orbital.
Experiências Divertidas
Buffets infantis reúnem uma variedade e tanto de brinquedos. Além dos citados nessa reportagem, há outros que são encontrados em poucos endereços, mas que fazem um sucesso tremendo. É o caso do Splash, Jet Boat e Acqua Ball. Há também as atrações que exigem um espaço horizontal só para elas – o que garante mobilidade à criança, como pista de bate-bate, de moto, minigolfe, quadra de futebol e minidiscoteca, muito requisitada também por crianças que se divertem nas baladinhas comandadas por um DJ da casa ou contratado.
Mas não é só de brinquedo que se faz uma festa. Entre as principais atrações, há os jogos cooperativos dirigidos por recreadores; as oficinas de sucata, culinária, pintura e o que mais a imaginação permitir; o Camarim Fashion, que leva sonho e humor com maquiagens, unhas decoradas, fantasias e tatuagens temporárias e antialérgicas; e aqueles profissionais que todo mundo adora, como palhaços, mágicos, adestradores e personagens.
Revista Infância & festa
Jornalista: Márcia Landsmann