Uso desenfreado deste tipo de medicamento tem como principal consequência o surgimento de superbactérias
Na Semana Mundial de Conscientização Sobre o Uso de Antimicrobianos, lembrada entre os dias 18 e 24 de novembro, a Pró-Saúde, uma das maiores entidades filantrópicas de gestão hospitalar do país, destaca cinco dicas para a utilização correta deste tipo de medicamento que revolucionou a medicina, em 1929, quando a penicilina foi descoberta.
A questão principal abordada pela data é a necessidade urgente de conscientização, tanto da sociedade, quanto de profissionais de saúde e lideranças políticas, sobre o uso correto dos antimicrobianos, a fim evitar uma epidemia global de superbactérias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 700 mil mortes são registradas anualmente – número que pode chegar a 10 milhões até 2050 – em decorrência de superbactérias.
“Quando se usa antibiótico sem necessidade, há um risco alto de resistência bacteriana”, explica Letícia Teles, gerente corporativa de Atenção Farmacêutica da Pró-Saúde, gestora de mais de 20 unidades de saúde nas cinco regiões do país.
“A ampliação da resistência aos antibióticos é uma ameaça global, pois interfere diretamente na capacidade de tratar as infecções”, acrescenta a profissional, que desenvolve projetos voltados para o uso racional de medicamentos, como o Stewardship, focado no gerenciamento e intervenção no uso de antimicrobianos.
Por isso, é essencial fazer o uso correto dos medicamentos prescritos, seguindo algumas regras simples. Confira:
Nunca use antibióticos sem indicação médica – Além dos riscos comuns como intoxicação, o uso indiscriminado de antibióticos colabora para o desenvolvimento de bactérias super-resistentes. Desde 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) realiza o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, a fim de evitar a automedicação.
Não reaproveite medicamentos de tratamento anteriores – Esse tipo de medicamento atua apenas contra infecções causadas por bactérias sensíveis ao fármaco específico, que atua exterminando ou interrompendo sua produção ou seu metabolismo. Assim, utilizar antibióticos de tratamentos anteriores não é recomendado.
Faça o tratamento até o fim – No início do tratamento, parte das bactérias começam a ser eliminadas, ocasionando melhora pontual dos sintomas e a falsa impressão de que a medicação não é mais necessária. No entanto, após a suspenção do tratamento, as bactérias mais fortes começam a se multiplicar novamente, agora com o mapeamento do antibiótico utilizado, o que as torna mais resistentes.
Respeite os horários programados – Após o horário previsto, há risco de desenvolvimento da resistência bacteriana e retorno dos sintomas; e antes do horário, o paciente pode desencadear sintomas de intoxicação. Por isso, é essencial seguir as orientações do médico e farmacêutico. Atenção na ingestão com alimentos e bebidas – O líquido mais indicado para ingestão dos antibióticos é a água. Utilizar leite, sucos, refrigerantes, chás ou café pode comprometer a eficácia do medicamento. A interação com bebidas alcóolicas pode levar à diminuição da eficácia do medicamento ou torná-lo tóxico, já que ambos são metabolizados no fígado. Além disso, alguns tipos de antibióticos têm sua absorção diminuída quando consumidos junto às refeições, por isso, é importante seguir as orientações da bula
Fonte: Pró-Saúde