Consultora de Amamentação explica como a prematuridade pode interferir no aleitamento e ensina como agir
A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam que os bebês sejam amamentados exclusivamente com o leite materno até os seis meses de idade. Depois desse período, o bebê deve começar a receber alimentação complementar juntamente com o aleitamento materno, que deve ser mantido até os 2 anos ou mais.
Mas, e os bebês prematuros? É possível amamentar?
No Brasil, segundo o inquérito nacional sobre partos e nascimentos, feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a taxa de prematuridade é de 11,5%, quase duas vezes superior à observada nos países europeus. Deste percentual, 74% são prematuros tardios (nascidos entre a 34ª e 36ª semana gestacional).
O grande problema é que os “apressadinhos” são mais frágeis do que os bebês que nascem a termo e, para eles, a amamentação é ainda mais importante para o seu pleno desenvolvimento e imunidade. A enfermeira obstetra e consultora internacional de lactação Cinthia Calsinski lembra que muitos pais e cuidadores acham que o bebê prematuro precisa (somente) ser alimentado por fórmula láctea por falta de “força” ou de reflexo de sucção para ser amamentado no peito. “Na realidade, quando se trata de prematuros, é comum a diminuição ou falta dos reflexos de sucção e deglutição, mas é perfeitamente possível seu desenvolvimento e, desta maneira, a manutenção da amamentação através do apoio à mãe, cuidados a ambos e orientações específicas”, conta.
E não é preciso se preocupar com a produção de leite também. Afinal, o volume a ser consumido é proporcional ao tamanho do bebê. Por isso, a mamãe deve ser orientada a estimular a mama e iniciar a ordenha para manter a produção de leite. “Ela pode fazer isso por, aproximadamente, oito vezes ao dia, com uma bomba extratora ou mesmo com as mãos. É importante não ficar mais de seis horas sem ordenhar para não empedrar o leite”, indica. E como a natureza é sábia, ao dar a luz a um bebê prematuro, o organismo da mãe produz um leite diferenciado, chamado leite precoce, com maior teor de proteínas, gorduras e calorias e diminuição da lactose para facilitar a digestão. “O contato pele a pele também ajuda a fortalecer o vínculo, estimular a produção de leite e aguçar os sentidos do bebê, motivando-o a sugar”, conclui a enfermeira obstetra
Fonte: Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra e Consultora Internacional de Lactação – Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp – Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp – Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp – Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo – Consultora Internacional de Lactação pela IBCLC – International Board Certified Lactation Consultant – Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI)