A Vitamina D sempre foi um importante componente para saúde e imunidade da população, mas era algo que poucos se importavam.
A Vitamina D sempre foi um importante componente para saúde e imunidade da população, mas era algo que poucos se importavam. Durante a pandemia, essa vitamina começou a ser bastante falada e investigada. Dentre os motivos de destaque observou-se que as pessoas começaram a apresentar baixo índice por estarem muito tempo dentro de casa sem contato com o sol.
Tatiana Império de Freitas e Thais de Oliveira Mendes Kanashiro, professoras de Nutrição da Universidade Cruzeiro do Sul, explicam que a Vitamina D, ou calciferol, é um nutriente lipossolúvel precursor de hormônios e essencial para o crescimento e desenvolvimento normal. “Além disso, é importante na formação dos dentes e ossos e encontra-se em duas formas (vitamina D2 e D3) produzida no tecido animal pela ação da luz ultravioleta no 7-deidrocolesterol (pré-hormônio natural encontrado na pele). Estima-se que 80 a 90% dessa vitamina pode ser adquirida pela ingestão ou a exposição solar.”
As especialistas destacam também que essa deficiência não é de hoje. “Após a revolução industrial houve aumento nos casos de falta de vitamina D. Observa-se que o estilo de vida atual, com redução das pessoas em exposição solar, influencia consideravelmente nas concentrações dessa vitamina no organismo. Atualmente a ausência desse componente é vista como um problema de saúde pública no mundo. Segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), 85% da população brasileira adulta em ambos os sexos apresentam ingestões inadequadas da vitamina”.
Tatiana e Thais apontam que os sintomas da deficiência da vitamina D podem ser percebidos já na infância. “Nas crianças a baixa da vitamina pode estar associada ao quadro de raquitismo (condição que envolve a formação óssea em crianças). Em adultos pode-se apresentar, principalmente, na forma de comprometimento da densidade mineral óssea e futuramente desenvolver até mesmo a osteomalácia, e em idosos, a osteoporose”, esclarecem.
“Para minimizar os efeitos da falta da vitamina, se faz necessário o consumo por meio de alimentos de origem animal, peixes gordurosos de água fria e profunda como: atum, salmão, sardinha, cavala em conserva, gema de ovo e também leites, queijos e iogurtes, apresentam vitamina D em suas composições”, orientam as nutricionistas.
Não existem alimentos que devem ser evitados para quem está com baixo teor de vitamina D, entretanto, as especialistas ressaltam que a síntese de vitamina D pode sofrer interferência da região geográfica, estações do ano, pigmentação da pele, hábitos culturais, exposição ao sol e o uso do protetor solar. Assim como, alguns medicamentos também podem reduzir a absorção dessa vitamina.
Para impulsionar o bronzeado do verão, a vitamina A pode ser uma grande aliada. “O betacaroteno é considerado um carotenoide e encontra-se em alimentos como frutas, verduras e legumes de cores alaranjados como: manga, abóbora, cenoura, entre outros. E por meio de reações químicas em nosso organismo, esse composto dá um tom dourado a pele bronzeada” enfatizam.
Um ponto importante durante a exposição solar para síntese da vitamina D é que esse contato com o sol deve ser feito fora do horário de maior intensidade de radiação solar, ou seja, ser evitado das 10h às 15h, com objetivo de prevenir os malefícios que a radiação solar pode causar (lesões e câncer de pele). A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda exposição direta nas pernas, costas ou abdome, de 5 a 10 minutos todo os dias, a fim de sintetizar vitamina D, sem sobrecarregar as áreas cronicamente expostas ao sol.
As pessoas podem relacionar a exposição solar e a síntese da Vitamina D com o bronzeado para o verão. Contudo não se deve estabelecer essa relação, visto que até mesmo a Vitamina A, isoladamente, não define se conseguirá ou não um bom bronzeado. Uma alimentação saudável é determinante para uma boa qualidade de vida e garantir níveis adequados de vitaminas e minerais. Reforçamos que a exposição prolongada à radiação solar não é saudável conforme relatado anteriormente.
Por fim, as docentes da Universidade Cruzeiro do Sul e nutricionistas apontam que a suplementação sem orientação médica ou nutricional pode levar efeitos colaterais sérios no organismo. “Portanto, procure sempre o auxílio de um médico ou nutricionista para uma melhor avaliação e indicação ao seu caso”, finalizam.