Especialistas falam sobre a importância de um tratamento multidisciplinar para auxiliar pacientes que sofrem com o transtorno
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldades no desenvolvimento neurológico, que afetam diretamente três pilares: a comunicação, a interação social e o comportamento do paciente. Por ser bastante heterogêneo, o distúrbio tem diferentes níveis, desde o grau mais leve, moderado e grave.
Normalmente, os primeiros sinais do TEA aparecem na infância, pois a criança apresenta dificuldades na fala e na expressão de pensamentos. Há casos em que ela utiliza muitos jargões, desenvolve repetições demasiadas e discursos descontextualizados ou simplesmente não fala.
“Na maioria das vezes, a grande motivação dos pais ao levarem a criança até o consultório médico é justamente por conta do atraso na linguagem. Eles percebem essa dificuldade e alegam que ela não responde aos chamados. O nosso papel é entender as circunstâncias para diagnosticar da maneira correta”, relata Dr. Paulo Scatulin Gerritsen Plaggert, neuropediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Dados do Center of Diseases Control and Prevention (CDC), ligado ao Departamento de Saúde dos Estados Unidos, indicam que uma em cada 100 crianças sofre com o autismo. Mundialmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70 milhões de pessoas vivem com algum espectro do transtorno.
“Após o diagnóstico, o tratamento com fonoaudiólogo é fundamental para auxiliar nestas questões. Os pais também podem ajudar no dia a dia descrevendo com detalhes tudo o que solicitar a criança, contando história, fazendo perguntas e iniciando diálogos”, complementa a fonoaudióloga do Hospital São Camilo Jackeline Pillon.
Além dessa complicação, a pessoa autista pode apresentar comportamentos repetitivos, apego à rotina, dificuldade em lidar com situações novas, interesse por assuntos específicos e grande tendência ao isolamento social.
Para trabalhar essas vertentes, a psicóloga do Hospital São Camilo Emília de Azevedo destaca a importância do acompanhamento psicológico e da terapia: “A psicologia pode contribuir tanto na fase de diagnóstico como no acompanhamento do paciente autista. Com o tratamento, é possível orientar ele e a família no desenvolvimento de habilidades sociais e auxiliar no ajuste emocional diante da rotina do dia a dia, melhorando, assim, o enfrentamento diante das frustrações, raiva, medos, impulsividade e outros sentimentos”.
Além do auxílio de médicos, fonoaudiólogos, terapeutas, entre outros profissionais, é fundamental o apoio da família para que o paciente possa atingir um melhor desenvolvimento.
Rede de Hospitais São Camilo