O primeiro amiguinho acontece por volta dos dois anos: o “amigo imaginário”.
Fazer amiguinhos não é tarefa das mais fáceis. Ao nascer, o cérebro do bebê não está totalmente desenvolvido e as partes que gerenciam o pensamento e as lembranças, assim como o comportamento emocional e social, ainda não se consolidaram.
Cabe aos pais o melhor desenvolvimento do filho. Uma criança que pouco brinca ou que brinca apenas sozinha poderá ter dificuldades na adaptação social ao longo de seu crescimento. Os primeiros anos de vida são fundamentais, pois é quando o bebê aprende como ser amigo, sendo importante sempre o contato do filho com crianças da mesma idade.
Até os três meses de idade, o bebê não se diferencia da mãe. A partir daí, começa a reconhecer outras pessoas começando pelo papai e mais tarde pessoas próximas. Com seis meses, já estranha os desconhecidos.
Depois do primeiro aniversário, seu filho brinca sozinho ao lado das outras crianças. Conseguir interagir e ser amigo envolve afeto, troca na relação e isso só vai aparecer por volta dos seis ou sete anos. Antes disso, tudo é um suporte para futuras relações afetivas de amizade.
O primeiro amiguinho acontece por volta dos dois anos: o “amigo imaginário”. Os pais não devem se preocupar com isso, é a forma encontrada pelas crianças de lidar com sua imaginação. Exercitam livremente a criatividade, vontade e autoridade.
“Trabalhando a fantasia, também aprendem a se inserir no seu mundo social real” explica a psicóloga Raquel Peetz. Esse amigo imaginário será substituído por um amigo de verdade lá pelos cinco ou seis anos de idade.
No período de dois a três anos, a criança só se interessa por outra se esta oferecer algo de bom, como um brinquedo. Aparece aos poucos o senso de cooperação – em vez de derrubar a pilha de blocos do amiguinho, ele poderá ajudá-lo a erguê-la. Mas a briga por brinquedos numa brincadeira em grupo ainda existirá, mas poderá ser convencido a ceder de vez em quando.
A partir dos quatro anos, a criança já consegue obedecer a algumas regras simples quando brinca em grupo. É a fase em que a criança vai testar limites de sua independência e aprende a desafiar a autoridade. É importante reprimir seu filho quando demonstrar desrespeito a você e aos amiguinhos.
Se você sentir a necessidade de discipliná-lo, tire-o do grupo antes de falar com ele – se reprimi-lo em público, ele tenderá a insistir no mau comportamento, devido ao embaraço provocado pela “bronca”.
Agora sim! – Com seis anos, a criança está pronta para aceitar regras de convivência. Agora poderá fazer uma amizade de verdade. Aqui limites também são exigidos pelos amigos. As crianças aprendem que se baterem vão apanhar. Raquel aponta que encontrando esse limite, a criança vai se diferenciando do outro.
Mas desde cedo é preciso ensinar a criança à não discriminar ninguém. Para ser um bom amigo é preciso ter limites e saber lidar com as diferenças. Em situações de conflito os pais devem agir como mediadores, levando o filho a se colocar no lugar da outra criança.