Dia 2 de abril foi estabelecido pela ONU como uma forma de conscientizar as pessoas sobre o autismo, assim como dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Divulgação – Genial Care
Quando pesquisamos sobre “autismo” na internet, as perguntas que mais aparecem são: “Meu filho é autista. E agora?”. O impacto de receber um diagnóstico de autismo para pais e mães é indescritível. Surge um turbilhão de emoções, desde o choque inicial até a incerteza sobre como conduzir esse novo capítulo da vida familiar. No entanto, é fundamental compreender que, embora desafiador, esse caminho está longe de ser insuperável, especialmente ao contar com uma rede de apoio solidária e conscientizada de informações corretas.
“Quando descobri o autismo do meu filho, senti um abismo imenso e então percebi o quanto eu mesma e a sociedade estávamos despreparadas. Debater a questão era algo muito difícil tanto para as escolas, quanto para as famílias. Tudo é muito complexo, pouco aprofundado, sem contar o emocional. A mãe nunca espera esse tipo de diagnóstico, e é normal ficar em negação”, pontua Ingrid Monte, mãe de Pedro, na época com 2 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Infelizmente, na sociedade pouco se fala sobre o TEA, mas sabemos que muitas pessoas dentro do espectro podem brincar, estudar, trabalhar e construir relacionamentos, assim como qualquer outra.”, menciona a Diretora Clínica da Genial Care, Thalita Possmoser
Por ser difícil de compreender e possuir classificações diferentes de (TEA), muitos responsáveis ficam cheios de perguntas e incertezas sobre o que isso significa para o futuro de seu filho e para sua própria jornada como família.
Primeiro, aceite!
Ao receber o diagnóstico, é normal sentir-se sobrecarregado. É importante permitir-se passar por esse processo emocional, mas também buscar compreender o autismo e suas nuances. Busque informações confiáveis, evitando os mitos disseminados na internet, e compartilhe esses conhecimentos com familiares e amigos. Quanto mais informados estiverem, mais empáticos poderão ser em relação à criança.
1) Procure saber mais sobre o autismo. A busca por informações favorece as conquistas de seu filho. Segundo a pesquisa Retratos do Autismo no Brasil, realizada pela Genial Care, em parceria com a Tismoo, mais de 64% dos respondentes afirmaram não terem tido contato prévio com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) antes do diagnóstico da criança ou do próprio diagnóstico.
2) Compartilhe essas informações com familiares e colegas. Mostre o quanto é importante ter empatia com a criança e entender como ela pensa.
3) Pessoas autistas podem se desenvolver de diversas formas e, muitas vezes, nos surpreendemos com a maneira como aprendem. Esteja aberto a diferentes métodos de intervenção e terapias que possam contribuir para o desenvolvimento e bem-estar de seu filho.
Procure ajuda de profissionais capacitados
Inicie os acompanhamentos terapêuticos o quanto antes, preferencialmente com uma equipe multidisciplinar. Escolha profissionais que você confie e se sinta à vontade, pois o vínculo entre a família e a equipe terapêutica é essencial para o sucesso do tratamento.
“As intervenções ocorrem com uma equipe multidisciplinar composta normalmente por profissionais da psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, pedagogia e neuropediatra”, destaca a Diretora Clínica da Genial Care, Thalita.
Motive seu filho nas atividades do dia a dia
Participe ativamente do processo de desenvolvimento de seu filho, ensinando e apoiando-o em tarefas do cotidiano. Inclua-o nas atividades da casa e elogie cada conquista, por menor que seja. Tenha paciência e compreenda que o progresso pode ser gradual, mas cada passo dado é uma vitória.
“Uma dica bacana para o dia a dia é incluir a criança nas atividades da casa, assim ela se sente incluída na rotina. Elogie sempre que ele conseguir realizar qualquer ação sem auxílio, isso o estimula. Entretanto, tenha paciência, pois tudo é um processo de aprendizagem e descoberta para autonomia. É esperado que a evolução ocorra de forma gradual e contínua”, explica a especialista.
É verdade que uma criança diagnosticada com um transtorno pode precisar de adaptações em casa e na rotina. Mas, a longo prazo, acompanhar a evolução da criança com autismo e, principalmente, sua felicidade pode ser muito rica e prazerosa!
Crie seu filho para o mundo
É importante buscar a integração de seu filho e sua família à sociedade. É possível que parentes ou amigos tenham resistência, mas a palavra-chave para esse momento é persistência. O mesmo se aplica para a integração da criança nas escolas.
Embora a pessoa diagnosticada com autismo possua o direito de frequentar a escola conforme a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), é comum que famílias encontrem algumas dificuldades. Pesquise a melhor opção para seu filho e trabalhe em conjunto com os professores para garantir o cuidado que ele merece.
Conheça os direitos dos autistas e defendê-os
Institui os direitos dos autistas e suas famílias em diversas esferas sociais. Dentro dessa lei, pessoas com o transtorno de espectro autista são consideradas deficientes, por isso a lei assegura a utilização de serviços da Assistência Social – no município onde reside – e possibilita o direito à educação com atendimento especializado.
A Lei Romeo Mion cria a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (CipTEA), que garante a todos aqueles com o diagnóstico de autismo um documento que possa ser apresentado para informar a condição do indivíduo. O nome foi inspirado em Romeo Mion, filho adolescente do apresentador de TV Marcos Mion.
Além dessas Leis, existem outros benefícios que podem auxiliar na jornada, como: Benefício da Prestação Continuada (BPC), redução na carga horária de trabalho e outros que reduzem as dificuldades encontradas no cotidiano.
Cuide de si mesmo e busque apoio
É natural do ser humano procurar se proteger quando percebe uma situação ameaçadora, principalmente quando o cenário é carregado de incertezas. Logo, é normal sentir um baque após seu filho ser diagnosticado com autismo. Cerca de 68% dos cuidadores relatam dificuldade de achar tempo para descanso e para cuidar de si mesmo, pesquisa Retratos do Autismo no Brasil.
“Não se culpe, não se julgue e busque sempre uma rede de apoio. Existem muitos grupos de pais de crianças com TEA. Procure auxílio e converse. A troca de experiência é algo enriquecedor e acalentador. Lembre-se também que é importante que você tenha o seu espaço de descanso pessoal e momentos para você e seu parceiro(a). É muito importante cuidar da saúde mental de todos que estão ao redor da criança, o bem-estar dos pais é essencial!”, reforça Thalita Possmoser.
Orientação Parental
Os cuidadores de pessoas autistas também precisam de cuidados e, principalmente, de informações nítidas do diagnóstico. “O apoio parental é um dos serviços que oferecemos durante o acompanhamento da jornada de desenvolvimento da criança.”, detalha a Diretora Clínica da Genial Care.
Ao adotar essas medidas e buscar apoio, você estará capacitado para enfrentar os desafios e celebrar as conquistas ao longo da jornada de seu filho com autismo. Lembre-se de que você não está sozinho nessa jornada e que, com amor, compreensão e dedicação, é possível proporcionar uma vida plena e feliz para seu filho.
Fonte: Diretora Clínica da Genial Care, Thalita Possmoser – Genial Care é uma rede de cuidados de saúde atípica referência na América Latina. Especializada no cuidado e desenvolvimento de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e suas famílias.