Especialista alerta para os perigos de uma gravidez tardia
Atualmente adiar a maternidade é uma decisão muito comum. Cada vez mais mulheres optam por engravidar após os 35 anos, seja por vaidade, estabilidade no relacionamento, motivos profissionais ou financeiros. Ocorre que, quanto mais tarde acontecer a gestação, maiores são os riscos. Mesmo com os avanços na tecnologia médica, o ideal é que o projeto não ultrapasse os 40 anos, garantindo boa saúde à mãe e ao bebê conforme alerta a ginecologista, Emanuelli Alvarenga da Silva, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André.
Uma gestação avançada está relacionada ao aparecimento de diversas complicações como doença crônica, hipertensão arterial, diabetes, abortamento, malformação fetal, doença cardíaca, renal, neurológica e pulmonar.
Segundo a ginecologista, sangramento vaginal, parto prematuro e anormalidades também podem ocorrer. “A partir dos 40 anos as chances de se gerar um bebê com Síndrome de Down é de 70% a 80%”, explica Emanuelli.
É importante lembrar que cerca de 90% dos óvulos, de uma mulher com mais de 40 anos apresentam defeito genético e que as probabilidades de engravidar naturalmente começam a diminuir a partir dos 27 anos e diminuem ainda mais com o avanço da idade.
O número de partos em mulheres com mais de 35 anos representam atualmente cerca de 48% e, é justamente a partir dessa idade, que os riscos começam a aparecer já que os ovários e óvulos vão perdendo a qualidade.
Portanto, assim que a mulher se decidir pela gestação tardia, o ideal é procurar um médico para a realização de exames, avaliações e detecção de doenças que podem comprometer a gravidez. Diversos exames como ultrassonografia morfológica de primeiro e segundo trimestres permitem a visualização do feto com definição, detectando e descartando possíveis anomalias. Desta forma, se houver algo anormal é possível realizar uma investigação mais detalhada.
Nas mulheres acima de 40 anos o desejo de engravidar pode ser ainda mais difícil caso esteja perto da menopausa. Por isso, a consulta ao médico torna-se extremamente importante para verificar todas as possibilidades, além de uma reprodução assistida.
“Mesmo que a decisão de engravidar seja por meio de reprodução assistida, os cuidados e recomendações são os mesmos, pois também há chances de gestação múltipla, que pode envolver outros riscos”, esclarece Emanuelli.
Mas, se a futura mãe tiver a seu favor boa saúde, peso adequado, boa alimentação, vida saudável e cuidados pré-natais, as perspectivas de uma gestação sem riscos são as mesmas de uma gestante mais jovem.