Uma terapia que enxerga o corpo como uma unidade indivisível, chamada de Osteopatia, criada pelo médico Dr. Andrew Taylor Still no final do século XIX, auxilia o bebê e a mãe no ato de amamentar e evita queixas comuns como desconforto, dor, rachaduras, má pega, regurgitação, mastite, etc.
Ela se baseia na qualidade dos movimentos das estruturas do corpo, que diminuem restrições articulares, fazendo com que o bebê tenha mais liberdade em se movimentar, com fluidez e harmonia entre suas estruturas.
Segundo a osteopata e fisioterapeuta Fabiana Macedo, especialista em pediatria e neonatologia da clínica Athali Fisioterapia Pélvica Funcional, o ato de amamentar envolve a participação de muitos mecanismos, e se parte deles não estiver funcionando corretamente, somada a imaturidade funcional inerente dos bebês, o processo fica falho, e essa pequena falha pode trazer grandes consequências. “Quem já amamentou um bebê ou participou dando suporte à mãe neste momento, bem sabe que pode acontecer muitos desencontros entre bebê e o seio, tornando esse momento tão esperado em um verdadeiro caos. Hoje a amamentação é vista como transdisciplinar, contando com a ajuda de profissionais e saberes de várias especialidades, trabalhando muitas vezes juntos para que se tenha uma amamentação exclusiva até o sexto mês do bebê, como é preconizado pela OMS”, explica.
Um estudo randomizado controlado, realizado e publicado em 2016 por Juliette Herzhaft-Le Roy, Marianne Xhignesse e Isabelle Gaboury, concluiu que quando há tensão pelo corpo do bebê, o tratamento osteopático em conjunto de conselheiras de amamentação pode reduzir as dificuldades biomecânicas da sucção em bebês abaixo de seis meses de vida. “Estão envolvidos nesse processo músculos, fáscias, articulações, nervos, língua, vasos, hormônios, entre outros, que se encontram não só na boca do bebê ou no seio da mãe. Logo, todo o bebê precisa estar em equilíbrio para o sucesso da amamentação”, diz Fabiana.
Faça o teste a seguir e observe se o bebê se encaixa em alguma dessas situações de tensão e desequilíbrio:
– Mamar melhor em um dos seios.
– Preferência de olhar sempre para o mesmo lado.
– Não abrir a boca suficiente na hora da amamentação.
– Irritação constante na hora da amamentação.
– Jogar a cabeça para trás.
– Apresenta muitos gases e/ou cólica.
– Dificuldade para evacuar.
“Caso alguma dessas situações esteja acontecendo, é indicado buscar um profissional osteopata que trabalhe com bebês. Durante a consulta, o especialista vai avaliar, tratar e orientar a família da forma mais adequada”, finaliza.