Outubro chegou e o mundo coloriu-se de rosa novamente, lembrando da importância da investigação do câncer de mama, segundo tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil.
Como mastologista, sempre explico às pacientes que não existe nenhum exame que previna que uma pessoa desenvolva o câncer – aliás, a função do exame é detectar doenças, não tratá-las ou preveni-las. A prevenção do câncer se faz nas ações do dia a dia, adotando-se hábitos saudáveis de alimentação, exercício físico constante, sono reparador, suplementação indicada por profissional médico, praticando meditação (ou outra atividade que combata o estresse) e ficando longe do cigarro, álcool e tudo o que nos faz mal. É difícil? Sim, mas cada dia temos que tentar ser melhores.
Então, por que fazemos exames? Porque eles são fundamentais para que as doenças sejam detectadas bem no começo, tendo grande chance de cura. Quando um câncer de mama é detectado assim que aparecem as primeiras células tumorais, tem 95% de cura, conforme dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Mas quando ele já está grande a ponto de ser palpado com o toque, pode ter um desfecho bem mais complicado.
Com o avanço da Medicina, também surgiram os testes genéticos, indicados especialmente para mulheres que têm histórico de câncer familiar. Esse mapeamento permite que alguns genes ligados ao câncer sejam detectados e, assim, a paciente possa optar pela retirada das mamas (cirurgia de redução de risco), procedimento que aumenta em 80% sua chance de não ter a doença. A decisão, apesar de parecer um tanto quanto drástica, pode ser a saída para quem conviveu com parentes próximas com a doença, que tanto traz sofrimento às famílias.
Não deixem de consultar um mastologista anualmente. A consulta é esclarecedora e faz com que a rotina de exames fique em dia.
Colunista: Dra. Mariana Rosario é ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein. Instagram: @dramarianarosariogineco – Facebook: @marianarosarioclimago