Outubro também é o Mês de Conscientização sobre as Doenças Reumáticas.

Algumas doenças reumáticas da infância podem surgir ainda muito cedo, antes mesmo do primeiro ano de vida e podem até se prolongar à idade adulta.

As mais conhecidas são a febre reumática, a artrite idiopática juvenil e o lúpus eritematoso sistêmico juvenil.

Estima-se que pelo menos uma criança a cada 500 crianças seja afetada por uma doença reumática.

Os sintomas das doenças reumáticas na infância podem ser comuns em outras doenças, como febre, manchas na pele, mal-estar, fraqueza, além das manifestações articulares (que podem não estar presentes durante os primeiros meses da doença).

Por isso, a importância de familiares, professores e profissionais de saúde que atendam crianças conhecerem essas doenças e os sinais de alerta.

Quando suspeitar de uma doença reumática na infância?

A Dra. Daniela Piotto, reumatologista pediátrica e membro da Comissão de Reumatologia Pediátrica da Sociedade Paulista de Reumatologia, orienta que o primeiro passo é observar se a criança começa a apresentar dificuldades para fazer atividades do dia a dia, como andar, brincar, tirar uma roupa, escrever, desenhar e praticar exercícios.


 Outros sinais que merecem ser investigados:

  1. Febre prolongada, que recorre todo mês sem uma causa aparente;
  2. Dores nas articulações, principalmente ao acordar;
  3. Articulação edemaciada (inchada), quente ou com limitação do movimento. Por exemplo: a criança não consegue esticar os braços ou anda com dificuldade;
  4. Perda de peso, inapetência, desinteresse por brincadeiras, cansaço, dor no corpo, fraqueza muscular;
  5. Pedidos constantes de colo. A criança não apoia os dois pés no chão;
  6. Alterações posturais, dores na coluna;
  7. A criança pode não querer fazer aulas de educação física, ter quedas frequentes, limitações;
  8. Algumas podem ter baixo rendimento escolar ou dificuldades na escrita. Muitas vezes são rotuladas de desatentas ou preguiçosas, já que deixam de fazer atividades manuais pela dor;
  9. Manchas na pele avermelhadas ou brancas, que eventualmente são confundidas com alergias. Essas lesões não melhoram com o tratamento dermatológico já em uso;
  10. Quadros renais como urina escura, com sangue ou espuma na urina;
  11. Inflamação nos olhos, como uveíte (olhos vermelhos);

Alterações laboratoriais específicas em testes reumatológicos — FAN (fator antinuclear) e fator reumatoide, ou alterações nos exames de imagem.

Fonte: Reumatologista pediátrica Daniela Gerent Petry Piotto, membro da Comissão de Reumatologia Pediátrica da Sociedade Paulista de Reumatologia e professora afiliada ao Departamento de Pediatria da UNIFESP

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