A medicina tem avançado e bebês prematuros têm recebido ótimas assistências. Mas e os pais? O que acontece com eles?
Depois do resultado positivo, começam os preparativos: o enxoval, o quarto, o carrinho, o enfeite para a porta da maternidade, a camisola para o grande dia.
Durante 9 meses o casal espera ansiosamente o dia em que finalmente conhecerão e terão seu filho nos braços.
Infelizmente, nem sempre as coisas saem como planejamos, não temos o controle total e absoluto das coisas, especialmente no que se refere à gestação e ao parto.
E o bebê chega antes, prematuro, e os novos pais, também prematuros, pois ainda não estava na hora dele nascer, têm que aprender a lidar com aquele bebê: pequeno, imaturo, sonolento, imprevisível e frágil.
Impossível não sentir-se frustrado, culpado. Num primeiro momento, somos pegos de surpresa. Passado o susto inicial, buscamos possíveis explicações para o acontecido: o que fizemos de errado, qual o sinal que não percebemos, qual o cuidado que não tomamos, de que forma poderíamos ter evitado?
Imaginamos como seria o nosso filho, com quem seria parecido, seria tranquilo, dormiria muito e mamaria o tempo todo. E chega um outro bebê, diferente daquele sonhado.
O primeiro contato é muito importante, é a chance de finalmente sermos apresentados: pais e filho. Algumas vezes acontece ainda na sala de parto. Outras, infelizmente, muitas horas depois, por meio das portinhas de uma incubadora.
Todo bebê precisa de colo, carinho, atenção e ouvir a voz dos pais, principalmente, o prematuro. É a chance de sentir-se em casa de novo, aconchegado nos braços da mãe, ouvindo sua voz e as batidas do seu coração, música esta conhecida e ouvida durante todo o tempo em que esteve no útero.
Mesmo quando o bebê precisa dos cuidados especiais de uma UTI neonatal, o colo é possível e importantíssimo. Alguns pais tem receio de machucar o bebê e evitam tocá-lo. É uma pena, pois ambos estão perdendo a chance de se acariciarem.
Mesmo quando o bebê que chega é diferente do que imaginávamos, não podemos esquecer que é nosso filho, que já está aqui, e que não podemos perder a chance de conviver com ele.
É o nosso bebê, aquele por quem estávamos esperando, aquele que traz consigo esperança, fé, alegria e a possibilidade da continuação.
Não desista dele, pois ele não desistiu de você. Chegou antes, mas está pronto para aprender tudo o que você quiser ensinar. Aproveite e aprenda um pouco com ele também.
Boa sorte!