Brincar no parquinho, ir à praia, dar uma volta no parque ou no shopping …as férias escolares são ótimas para se divertir com as crianças, mas é preciso, mais do que nunca, redobrar a atenção com os pequenos durante os passeios. O uso de máscaras e o distanciamento social são ainda recomendados, já que o coronavírus continua circulando, e os menores de 12 anos não foram vacinados. A pandemia, no entanto, não deve ser a única preocupação. Nos meses de recesso, o número de acidentes costuma aumentar 40%, segundo a ONG Criança Segura, contribuindo para uma triste estatística – quedas, colisões de trânsito, intoxicações e afogamentos, entre outros, já são a principal causa de mortes de crianças de 1 a 14 anos no país.
Pequenos cuidados, no entanto, podem evitar boa parte dos problemas. A pediatra Patrícia Rezende e o infectologista André Ricardo Araújo da Silva, do Grupo Prontobaby, dão dicas simples que podem ajudar a atravessar o período sem percalços, só com a alegria que as férias merecem.
– Os pais às vezes esquecem que, no parquinho, não se deve permitir o compartilhamento de objetos. A pá, a colherzinha, o brinquedinho que vai na boca de uma criança não pode ir na boca de outra. É preciso ficar de olho. Isso ajuda a controlar a propagação do coronavírus, mas também do vírus Influenza, que tem lotados as emergências pediátricas – diz André Ricardo.
A pediatra Patrícia Rezende também faz um alerta. Segundo ela, é preciso deixar as garrafas de álcool, tão onipresentes durante a pandemia, bem longe dos pequenos.
– Os acidentes mais comuns são as queimaduras, as intoxicações com produtos de limpeza ou remédios, além de quedas, choques elétricos e afogamentos, que podem acontecer, no caso de crianças pequenas, até mesmo e baldes – diz Patrícia.
Confira as recomendações dos dois médicos para evitar uma visita inesperada ao pronto-socorro:
1) Em tempos de coronavírus, é importante que toda criança acima de 2 anos use máscara em ambientes fechados. Não descuide do acessório nas idas ao shopping, cinema e, se as férias forem mais distantes, no avião.
2) Priorize os locais abertos. Invista em passeios ao ar livre, em parques, praias. Algumas cidades já liberaram o uso de máscaras ao ar livre, mas, se não se sentir seguro, continue com a proteção.
3) Nunca permita que as crianças brinquem com frascos de medicamentos. Eles devem ficar sempre fora de alcance. Nunca diga que o remédio é ‘’docinho’’ou ‘’gostoso”para convencer a criança a tomá-lo. Isso pode estimulá-la a ingerir o medicamentos por contra própria.
4) Armazene adequadamente pequenos objetos, como moedas e clipes. Ao alcance das crianças, eles podem provocar sufocamento, assim como pilhas.
5) Atenção extra a pisos escorregadios e a ambientes com tapetes soltos. Eles são um convite a tombos.
6) Se viajar para apartamentos alugados, dê preferência àqueles com redes de proteção nas janelas. Em ambientes sem telas, nunca deixe a criança desacompanhada.
7) Em casa, cuidado com quinas e tomadas elétricas. Existem proteções específicas para estes cantos.
8) Nunca disponha sofá, a cama ou cômoda embaixo da janela. Os móveis podem servir para “escaladas”.
9) Mantenha produtos de limpeza em suas embalagens originais. Guardá-los em recipientes de refrigerante pode confundir as crianças e provocar intoxicações. 10) Jamais deixe a criança desacompanhada na banheira, mesmo que ela esteja com pouca água. Afogamentos podem acontecer até mesmo em baldes.