A vacinação de todas as pessoas que convivem com o bebê aumenta a proteção da criança
Primeiro, saiba o que é Coqueluche, quais os sintomas e os riscos que oferece
A coqueluche também é conhecida como pertussis ou ainda como tosse comprida. Como esse último nome sugere, é uma tosse que dura muito tempo. Não é igual às tosses de quem fica resfriado por uma semana e passa. No caso da coqueluche, a tosse costuma durar pelo menos 3 semanas e normalmente é seca, ou seja, a pessoa não produz secreções como catarro.
Veja abaixo o infográfico sobre a Coqueluche:
Em bebês, as crises de tosse podem fazer com que a criança sofra pelo esforço seguido em tossir levando a casos graves como desnutrição e desidratação causados por vômitos resultantes dessa tosse sem parar e também a crises de falta de ar. Em último caso, tudo isso somado pode levar um criança à morte. Por isso, é importante a vacinação não só do bebê como de todos que convivem com ele.
A prevenção da Coqueluche
“A única forma efetiva de prevenção é a vacinação. Além do esquema vacinal na infância, é necessário que todos os adolescentes e adultos tomem as doses de reforço, principalmente aqueles que convivem com bebês, como pais, irmãos, parentes e babás e outros profissionais. Dessa forma fazemos uma proteção que chamamos de casulo, evitando que a bactéria se aproxime dos mais frágeis”, explica Dra. Isabella.
Em crianças é preciso que várias doses sejam aplicadas seguindo o esquema de vacinas do Calendário de Vacinas do Ministério da Saúde para que a vacina tenha efeito. Já os adolescentes e adultos que estejam com a vacinação em dia será necessário apenas uma dose.
É bom lembrar que algumas pessoas podem pegar a coqueluche mas não apresentarem os sintomas, mas mesmo assim podem transmiti-las para outras pessoas.
Por que devemos nos preocupar com a Coqueluche agora, ela já não está erradicada?
Apesar de todos os esforços que vem sendo realizados por várias ações de governos de todo o mundo, a Coqueluche continua a infectar pessoas em todo mundo e nos últimos anos ela tem aumentado. Apesar dos números parecerem pequenos, são importantes, pois hoje vivemos em um mundo onde uma pessoa infectada nos Estados Unidos hoje pela manhã poderá estar jantando na casa de um amigo seu hoje à noite.
No Brasil, em 2013, houve uma diminuição no registro de casos, mas o número ainda é superior ao registrado há cinco anos no mesmo período. Já nos Estados Unidos, no estado da Califórnia, foram registrados até julho de 2014, mais de 6 mil casos. Esse número é o dobro dos registrados em 2013. Embora em todo ano de 2010(i) tenham sido registradas 9 mil notificações, já se percebesse uma tendência de aumento de casos.
Mas a coqueluche é grave mesmo?
Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a coqueluche é a quinta maior causa de morte por doenças imunopreveniveis de crianças com menos de cinco anos.
Após a criança tomar a última dose aos cinco anos, a vacina não deveria protegê-la pra sempre?
Infelizmente, não. Segundo a Dra. Isabella Ballalai, presidente da Comissão de Revisão de Calendários e Consensos da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) a recomendação é que se faça uma dose de reforço da vacina contra a Coqueluche a cada 10 anos, pois com o passar dos anos o efeito protetor da vacina vai diminuindo e jovens e adultos começam a correr o risco de serem infectados pela bactéria. Essa vacinação a cada 10 anos estabelece uma proteção contínua e eficaz.
Onde tomar a dose da vacina contra a coqueluche?
Bebês e Crianças de até 5 anos
– os pais devem levar as crianças a um posto de saúde junto com a carteirinha de vacinação para que seja verificado quais doses faltam e se já está na hora de ser aplicada a vacina. Se os pais desejarem, clínicas particulares também possuem essa vacina.
Adolescente, adultos e idosos
– a vacina contra a Coqueluche não está disponível na rede pública, portanto só está disponível em clínicas particulares.
(i) Referência bibliográfica
California Department of Public Health. Pertussis Report, July 2014. Disponível em http://www.cdph.ca.gov/programs/immunize/Documents/Pertussis_report_7-21-2014.pdf. Acessado em agosto de 2014.