A pré-diabetes, uma condição comum, mas subdiagnosticada, pode interferir na saúde do esperma masculino, com modificações no metabolismo testicular.
Níveis de glicose no sangue mais altos que o normal, mas não tão altos quanto o que categoriza diabetes tipo 1 ou tipo 2, caracterizam o que é chamado de pré-diabetes, uma condição comum, mas subdiagnosticada – e que também pode ser responsável pela infertilidade, assim como a diabetes. “Em homens, alguns estudos já mostraram que a condição de pré-diabetes tem uma correlação com a infertilidade, afetando principalmente a qualidade do esperma masculino”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.
Os níveis mais altos de glicose no sangue indicam que o corpo não está usando seu próprio suprimento de insulina com eficiência. “A condição de pré-diabetes prejudica o perfil hormonal, metabólico e seminal sadio dos homens, o que prejudica a possibilidade de concepção”, explica o Dr. Fernando Prado. “O metabolismo prejudicado da insulina e da glicose, juntamente com o estresse oxidativo típico do pré-diabetes, leva a modificações no metabolismo testicular”, acrescenta o médico.
Retardar ou prevenir o aparecimento do diabetes tipo 2 é a melhor solução. A doença é ainda pior para a fertilidade, segundo o especialista. No homem, o descontrole nos níveis de insulina em pacientes diabéticos pode alterar os níveis de testosterona, reduzindo-os, o que dificulta a fabricação e maturação de espermatozoides. “Além disso, pode ocorrer redução significativa do volume do sêmen, piora na motilidade dos espermatozoides, dificultando a fecundação, e formação de um embrião com mais riscos de abortos e dificuldade de implantação, por conta de espermatozoides com DNA fragmentado. Há casos de disfunções na ejaculação, em que parte dos espermatozoides no sêmen são lançados para a bexiga em vez de sair pela uretra, a chamada ejaculação retrógrada, o que dificulta ainda mais a fecundação”, diz o médico.
Perda de peso e mudanças no estilo de vida, como aumento de exercícios físicos aeróbicos e diferentes escolhas nutricionais, podem ajudar a reduzir os níveis de glicose no sangue para a faixa não diabética, que é inferior a 100 mg/dl em jejum e não superior a 126 mg/dl duas horas após uma refeição, de acordo com a Associação Americana de Diabetes. “Para homens com pré-diabetes, é recomendado que percam de 5 a 7% do peso corporal atual, diminuindo gradualmente as calorias da dieta, cozinhando alimentos com menos gordura ou no vapor, evitando assar diretamente. Grelhar também é indicado, em vez de fritar. Recomendo também que faça 30 minutos seguidos de exercícios pelo menos cinco dias por semana”, finaliza o médico.
Fonte: Dr. Fernando Prado Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Instagram: @neovita.br / Youtube: Neo Vita – Reprodução Humana.