Se olhar no espelho após a mastectomia (a remoção cirúrgica parcial ou total da mama) nem sempre é fácil, infelizmente. Além de todos os sintomas e efeitos colaterais do pós-operatório e terapias complementares como queda de cabelo e enjoos, a paciente oncológica ainda tem que lidar com o estresse e angustia de ter vivenciado essa situação e com sua autoestima, que fica abalada sem dúvida.
Mas a grande maioria das mulheres que passa pelo procedimento tem indicação para a reconstrução mamaria, sabia? Essa decisão deve ser conversada com o médico e cada paciente precisa ser avaliada para saber qual será a melhor técnica para seu caso.
Como forma de esclarecer algumas dúvidas preliminares e gerais, Dr. Diogo Coelho aproveita esse mês para explicar melhor os diferentes tipos de cirurgia após o diagnóstico de câncer. O médico tem especialização e vasta experiência clínica no Hospital Pérola Byington de São Paulo, em Cirurgia Reconstrutora da Mama.
Vale destacar que reconstrução mamária envolve a força tarefa de vários especialistas que vão trabalhar em conjunto para a reabilitação integral da mulher. Como prioridade também, informá-la sobre riscos e sequelas de cada procedimento. A conversa começa desde o acompanhamento do diagnóstico pelo oncologista, a retirada do tumor (que feita pelo mastologista), em seguida a reconstrução mamária por um cirurgião plástico.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), cerca de 70% das pacientes oncológicas precisam recorrer a mastectomia. Diante desse cenário e dos números alarmantes de novos casos todos os anos, a decisão da técnica escolhida dependerá, primeiramente, do estágio no qual a doença se encontra.
“A minha meta diria é cuidar da autoestima da mulher. Com os avanços da medicina nesta área, é possível apresentar alternativas efetivas para que a paciente tenha qualidade de vida física e emocional. Dessa forma, a reconstrução mamária pode ser realizada com diferentes técnicas, por exemplo, com os expansores de tecido, que estão sendo cada vez mais utilizados. Já os implantes de próteses também podem ser colocados no mesmo dia da cirurgia, dependendo do caso”, explica Dr. Diogo.
Outra técnica que o cirurgião plástico utiliza são os retalhos de pele de músculo que podem vir do abdômen, das costas ou até mesmo do glúteo, para dar naturalidade para as mamas e sem muitos riscos pós- operatórios.
Outras dúvidas comuns das pacientes: após a reconstrução mamária, a sensibilidade local pode não voltar, principalmente nos retalhos. Os hematomas e inchaços podem durar até três meses. Exercícios físicos e uso de sutiã devem ser analisados em cada tipo de reconstrução.
“ Toda cirurgia os riscos são os mesmos, inclusive seguimos todas as normas de segurança indicadas neste período de pandemia. Um fato interessante, é que desde junho desde ano as cirurgias estéticas, entre elas, o Mommy Makeover ( junção de plástica de mama, abdômen e lipoaspiração para mulheres no pós-parto) aumentaram significativamente. As mulheres estão aproveitando o home office para realizar o sonho da boa forma e autoestima em frente do espelho”, finaliza Coelho.