Introdução alimentar, um momento mágico de descobertas para os pais e o bebê
Meu bebê completou 6 meses, e agora? O que vou dar? Qual o melhor alimento? Bom, as mamães ficam inseguras mesmo nesse momento da introdução alimentar, tem medo do engasgo, dos choros, da rejeição da criança, mas é neste momento que o organismo da criança já está preparado para receber alimentos diferentes do leite materno, que são chamados de alimentos complementares.
E o que são alimentos complementares?
O nome já diz tudo: é para complementar o leite materno e não para substituí-lo. A introdução dos alimentos complementares deve ser lenta e gradual. O bebê tende a rejeitar as primeiras ofertas do(s) alimento(s), pois tudo é novo: a colher, a consistência e o sabor. No início, a quantidade de alimentos que a criança ingere é pequena e a mãe pode oferecer o peito após a refeição com os alimentos complementares.
Há crianças que se adaptam facilmente às novas etapas e aceitam muito bem os novos alimentos. Quando introduzir a alimentação complementar é importante que a criança receba água nos intervalos das refeições. Mesmo consumindo outros alimentos, a criança deve continuar a mamar no peito até os 2 anos ou mais, pois o leite materno continua alimentando a criança e protegendo-a contra doenças.
Os alimentos complementares são constituídos pela maioria dos alimentos básicos que compõem a alimentação das famílias. Complementa-se a oferta de leite materno com alimentos que são mais comuns à região e ao hábito alimentar da família. A introdução dos alimentos complementares deve ser feita com colher ou copo, no caso da oferta de líquidos.
Se a criança está mamando no peito, três refeições por dia com alimentos adequados são suficientes para garantir uma boa nutrição e crescimento, no primeiro ano de vida. No segundo ano de vida, devem ser acrescentados mais dois lanchinhos, além das três refeições. Se a criança não está mamando no peito, deve receber cinco refeições por dia com alimentos complementares a partir do sexto mês.
A partir do momento que a criança começa a receber qualquer outro alimento, a absorção do ferro do leite materno reduz significativamente: por esse motivo a introdução de carnes e vísceras (fígado, rim, coração, moela de frango etc.), mesmo em pequena quantidade, é muito importante. Crianças amamentadas no peito, em livre demanda, desenvolvem muito cedo a capacidade de autocontrole sobre a ingestão de alimentos, aprendendo a distinguir as sensações de saciedade após as refeições e de fome após períodos sem oferta de alimentos.
É importante a mãe distinguir o desconforto da criança com fome de outras situações como sede, sono, frio, calor, fraldas molhadas ou sujas. Não se deve oferecer comida, ou insistir para que a criança coma quando ela não está com fome. Oferecer a alimentação complementar regularmente, sem rigidez de horários, nos períodos que coincidem com o desejo de comer demonstrado pela criança. Após a oferta dos alimentos, a criança deve receber leite materno, caso demonstre que não está saciada.
Mamães e papais, não é aconselhável a prática de gratificação (prêmios) ou castigos para conseguir que a criança coma o que os pais acreditam que seja o necessário para ela. Lembre-se que algumas crianças precisam ser estimuladas a comer, nunca forçadas. No início da alimentação complementar, os alimentos oferecidos à criança devem ser preparados especialmente para ela, os quais devem ser bem cozidos, e deve sobrar pouca água na panela, ou seja, os alimentos devem ser cozidos apenas em água suficiente para amaciá-los. Ao colocar os alimentos no prato, amasse-os bem com o garfo e a consistência deverá ter o aspecto pastoso (papa/purê).
A partir dos 8 meses, podem ser oferecidos os mesmos alimentos preparados para a família, desde que amassados, desfiados, picados ou cortados em pedaços pequenos. Sopas e comidas ralas/moles não fornecem energia suficiente para a criança. Deve-se evitar o uso da mamadeira, pois a mesma pode atrapalhar a amamentação e é a principal fonte de contaminação e transmissão de doenças.
E para concluir por agora nossa conversa, separei uma dica essencial para vocês, mamães e papais: cada criança tem seu tempo. Então, tenha paciência e respeito pelo momento de aceitação de cada um, assim elas terão menos estresses durante a hora da comidinha.