Elevação da temperatura é o suficiente para impactar de forma negativa a fertilidade do homem
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O calor elevado pode prejudicar a fertilidade masculina, comprometendo diretamente a qualidade dos espermatozoides: isso que aponta uma pesquisa apresentada na conferência da ASRM – American Society for Reproductive Medicine, nos Estados Unidos. Na ocasião, foi mencionado que no verão o número de espermatozoides de alta motilidade, aqueles com boa movimentação, e consequentemente, uma maior eficiência, era de 112 milhões por mililitro. Enquanto na primavera, época do ano em que os espermatozoides são considerados mais ativos, esse número foi de 117 milhões por mililitro.
Para o especialista em Reprodução Humana na CPMR – Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva e coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da Unifesp, Dr. Renato Fraietta, existe um motivo para o calor comprometer a qualidade do sêmen. “A temperatura adequada para a produção de espermatozoides é entre 32ºC e 35ºC; quando há uma elevação dessa temperatura, por menor que seja, por exemplo, 1ºC já é o bastante para causar impactos negativos na fertilidade do homem. Isso acontece porque o calor afeta de forma negativa o DNA dos espermatozoides”, comentou. “Se a pessoa ficar constantemente em um local onde a temperatura ambiente é elevada, a produção de espermatozoides pode diminuir em até 40%”, completou o especialista.
Os homens produzem espermatozoides ao longo de toda a vida; esse processo é chamado de espermatogênese. Isso acontece porque os testículos possuem células germinativas. Quando ocorre um aumento da temperatura do ambiente, essas células são destruídas, e se o calor se manter por um longo período, a espermatogênese pode ser comprometida de forma permanente, afetando a quantidade, qualidade e motilidade dos espermatozoides.
Diversas outras fontes de calor, além da temperatura ambiente, podem estar associadas a problemas de infertilidade do homem, por exemplo, algumas atividades profissionais, como metalúrgicos e motoristas, pessoas que utilizam o notebook no colo, obesos, usuários de banheiras quentes e saunas, além de homens que usam cuecas e shorts justos. A varicocele é também outro agravante neste quesito, por ser varizes nos testículos, fazendo com que a região fique quente.
“Na grande maioria dos casos, os problemas causados pelo calor excessivo são reversíveis, mas tudo depende de quanto tempo a pessoa ficou exposta a altas temperaturas e se há algum outro fator envolvido”, explicou Fraietta. “O homem que está tentando ter um filho e não consegue deverá consultar um especialista em medicina reprodutiva e decidir, em conjunto com o profissional, quais medidas podem ser tomadas após o diagnóstico do seu caso”, finalizou o doutor.
Fonte: Especialista em Reprodução Humana na CPMR – Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva e coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da Unifesp, Dr. Renato Fraietta – CPMR é uma clínica especializada em Reprodução Humana, com mais de 30 anos de experiência no tratamento do casal infértil.