Rotavírus, rotavirose, diarreia: oque todos devem saber sobre a doença?
O que é diarreia aguda?
Diarreia aguda é o aumento do número de evacuações em que as fezes se apresentam com pouca consistência (moles/amolecidas) ou líquidas. Em alguns casos pode ocorrer a presença de muco e/ou sangue. Também pode estar acompanhada dos seguintes sinais e sintomas: vômito, febre e dor abdominal. É causada por vários agentes etiológicos (micróbios), bactérias, parasitas e vírus. Tem duração entre dois e 14 dias. Varia das formas leves até as graves.
Uma das complicações das diarreias agudas é a desidratação grave, que pode estar relacionada com o tratamento realizado de forma tardia ou inadequada, podendo, inclusive, causar o óbito, principalmente quando está presente a desnutrição.
O que é Rotavirose?
É uma doença diarreica aguda (diarreia) causada por vírus. Estes vírus são considerados os mais importantes causadores da diarreia grave, em todo o mundo, principalmente em crianças menores de cinco anos. Crianças prematuras, de baixo nível sócio-econômico ou com deficiência imunológica estão sujeitas à manifestação da doença de maior gravidade. Adultos também podem ser infectados, mas a doença tende a ser bastante moderada. Os rotavírus são também responsáveis por ocasionar surtos em escolas (pré-escolas), berçários, creches e hospitais.
O intervalo entre a contaminação e o aparecimento da doença varia de um a dois dias.
Qual o microrganismo envolvido?
São os vírus da família Reoviridae, do gênero Rotavírus. São classificados sorologicamente em grupos, subgrupos e sorotipos. Até o momento sete grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em várias espécies de animais e os grupos A, B e C são associados à doença no homem.
Quais os sinais e sintomas?
Os principais sinais e sintomas da doença são: diarreia abundante (de três a oito dias), vômitos, febre alta e com freqüência dores abdominais. Geralmente esta sintomatologia permanece entre cinco e sete dias. Dores abdominais ocorrem com freqüência. Uma das complicações é a desidratação grave que se não tratada de forma precoce e adequada, pode ser fatal.
Como se transmite?
O rotavírus é eliminado em grande quantidade pelas fezes do doente, sendo a transmissão pela via fecal-oral ou provavelmente por secreções respiratórias (contato com secreções de pessoas infectadas). A água e os alimentos contaminados também podem ser fontes de transmissão do rotavírus.
Como deve tratar?
- O tratamento deve ser orientado por um profissional da área da saúde;
- Aumentar a administração de líquidos (água, chás, sucos, água de coco e soro de reidratação oral – SRO), para repor a quantidade de líquidos perdida pelas fezes ou vômitos, devendo ser oferecido aos poucos e em colher ou copo, neste caso evitar a administração dos líquidos com mamadeira;
- A alimentação da criança não deve ser interrompida, manter a oferecida habitualmente, com os intervalos menores entre as refeições;
- As porções dos alimentos oferecidos deverão ser menores dando preferência aos de maior aceitação pela criança;
- Para as crianças que estão sendo amamentadas, é necessário que a mãe amamente mais vezes, durante o período de diarreia, a amamentação é a forma mais adequada para evitar a desidratação nas crianças pequenas;
- O tratamento é o mesmo realizado para as outras doenças diarreicas agudas.
- É importante realizar a reidratação oral e/ou parenteral (quando a reposição de fluidos e eletrólitos não for suficiente), para evitar as complicações (desidratação grave e distúrbios hidreletrolíticos).
- Os casos mais graves exigem o tratamento no hospital devendo ser procurado o mais rápido possível para evitar a piora do quadro clínico.
- Não é recomendado o uso de antibióticos e antidiarreicos.
Quem pode tomar vacina?
A vacina que previne a doença diarreica causada por rotavírus faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e está sendo oferecida para as crianças menores de seis (6) meses em todos os postos de vacinação do País desde 6 março de 2006*.
A aplicação da 1ª dose deverá ser ministrada quando a criança estiver entre o primeiro mês e 15 dias de vida a três meses e uma semana. A 2ª dose deverá ser aplicada do terceiro mês e uma semana até cinco meses e meio, com intervalo mínimo de um mês entre as duas doses.
Como se prevenir?
- Buscar atendimento/assistência nas unidades de saúde, quando da ocorrência de diarreia;
- evitar a auto-medicação;
- aumentar a ingestão de líquidos, tão logo inicie a diarreia;
- administrar o soro de reidratação oral nas unidades de saúde sob observação por pelo menos quatro horas;
- desprezar adequadamente as fezes ou fraldas contendo material fecal;
- lavar as mãos antes de preparar os alimentos, antes das refeições, antes e após a troca de fraldas das crianças e antes e após usar o banheiro;
- lavar e ferver as mamadeiras e chupetas/bicos antes do uso;
- tratar toda água para consumo humano com hipoclorito de sódio a 2,5% (duas gotas para cada litro de água – deixar em repouso por 30 minutos antes do uso) ou com fervura, onde não exista sistema público de tratamento de água;
- guardar a água tratada em vasilhas limpas e de boca estreita, para evitar a recontaminação;
- manter os manipuladores de alimentos trabalhando exclusivamente com essa atividade;
- cozinhar bem os alimentos (deve atingir 60º C no interior do produto);
- guardar bem os alimentos cozidos, evitar que entrem em contato com alimentos crus;
- manter as superfícies da cozinha sempre limpas;
- lavar e desinfetar os alimentos crus, como as verduras e hortaliças com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% durante 30 minutos (uma colher de sopa para cada litro de água);
- dar destino adequado ao lixo e dejetos para não contaminar o meio ambiente e cursos de água;
- incentivar o aleitamento materno, principalmente durante os primeiros seis meses de vida, o que aumenta a resistência das crianças contra doenças, inclusive as diarreias agudas.