Neuropedagoga explica que o professor precisa estar atento a alguns pontos em sala de aula
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento, mas, ainda assim, um aluno com autismo pode não ser identificado como tal, o que prejudica a criação de um ambiente mais inclusivo.
Segundo Mara Duarte, neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional, além de diretora do Grupo Rhema, é importante que os professores estejam atentos e saibam compreender as características comportamentais que podem indicar o transtorno. “Desta forma, será mais fácil criar um ambiente de apoio à criança”, diz.
A especialista ressalta que é importante que os profissionais da área de educação procurem aprofundar seus conhecimentos. “No Grupo Rhema oferecemos uma série de cursos gratuitos, além de uma pós-graduação focada em Transtorno do Espectro Austista, pois entendemos a necessidade de ampliar a formação do professor nesta área”, explica.
Confira pontos importantes que indicam comportamentos relacionados ao TEA e saiba como trabalhar estratégias práticas para lidar com eles:
Dificuldade na comunicação: O aluno não consegue manter o contato visual, tem atraso ou ausência de fala. Pode ser que a sua comunicação seja não verbal, com gestos e expressões faciais limitados. Além disso, tem dificuldade em compreender e usar a linguagem social.
Estratégias para lidar: Neste caso, de acordo com a especialista, vale estabelecer uma comunicação visual clara, usando imagens, gráficos ou sistemas de comunicação alternativa. Além disso, o educador deve utilizar instruções claras e concisas e dar tempo para o aluno entender. “Outros pontos importantes são: criar um ambiente de comunicação tranquilo e estruturado e oferecer apoio para o aluno aprimorar habilidades de linguagem, como aulas de fala e terapia ocupacional”, explica Mara.
Dificuldade na interação social: O aluno tem dificuldade para estabelecer amizades e interagir com os colegas, além de não compreender bem as regras sociais e de comportamento. Pode não conseguir compartilhar interesses ou participar de atividades em grupo.
Estratégias para lidar: Se isso acontece, o professor pode promover atividades de interação social estruturadas, como jogos cooperativos ou trabalhos em grupo com papéis definidos. Também pode ensinar habilidades sociais específicas, como fazer contato visual, cumprimentar e ouvir atentamente. “Incentivar a empatia e a compreensão mútua entre os alunos e criar oportunidades de interação por meio de brincadeiras estruturadas também é importante”, afirma Mara Duarte.
Comportamentos repetitivos e restritos: O aluno tende a repetir frequentemente movimentos corporais, como balançar ou bater as mãos. Também pode demonstrar interesses muito intensos e específicos em determinados temas. Estratégias para lidar: Neste caso, o professor pode criar rotinas e estruturas claras no ambiente de sala de aula, fornecendo previsibilidade. “Também pode oferecer atividades que envolvam os interesses específicos do aluno com autismo e introduzir gradualmente novas situações e atividades para promover a flexibilidade e a adaptação a mudanças”, orienta Mara. Ela também sugere o uso de estratégias de redirecionamento e substituição de comportamentos repetitivos por alternativas socialmente aceitáveis.
Fonte: Mara Duarte da Costa é neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional. Além disso, atua como mentora, empresária, diretora geral da Fatec e diretora pedagógica e executiva do Grupo Rhema Educação – O Grupo Rhema foi criado por Fábio da Costa e Mara Duarte da Costa há mais de 14 anos com o objetivo de oferecer conhecimento para profissionais da educação e pessoas envolvidas no processo do desenvolvimento infantil, tanto nas áreas cognitivas e comportamentais, quanto nas áreas afetivas, sociais e familiares.