Tristeza, ansiedade, insegurança, esgotamento. Esses sentimentos podem fazer parte da rotina de mulheres que vivenciam a experiência de ser mãe.
Apesar de comuns, situações como essas são pouco discutidas; ao contrário, o que se difunde, principalmente no mês de maio, é a imagem da mãe heroína e perfeita. É com o objetivo de sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna que foi criada a campanha ‘Maio furta cor’, idealizada pela psicóloga perinatal e parental Nicole Cristino e pela psiquiatra Patrícia Piper. Segundo a ação, furta-cor é uma cor cuja tonalidade se altera de acordo com a luz que recebe, não havendo uma cor absoluta para aquele que lança o olhar. No espectro da maternidade não é diferente, nele cabem todas as cores.
“Esse papel inalcançável no qual muitas mulheres se fantasiam é alimentado por crenças enraizadas na sociedade. É muito necessário que a gente humanize a pessoa por trás desse papel”, explica Nicole Cristino. As mudanças no corpo durante a gestação e pós-parto foi um dos conflitos vividos pela gerente de finanças Thays Low, mãe de Noah, de 1 ano. “Eu via outras mães felizes com o barrigão, mas testemunhar meu corpo mudando não era lindo para mim. Se por um lado eu estava feliz por estar gestando um sonho, por outro, me sentia muito afetada com essas mudanças físicas”, conta.
A aceitação do próprio corpo é um desafio para muitas mulheres é uma realidade diferente da que se vê entre as celebridades. “Esse é um lugar muito sensível que foi construído sobre o corpo feminino. É difícil para as mães lidarem com essas mudanças, mas a gente trabalha para ajudá-las a naturalizar isso que é da ordem do biológico, lembrá-las que a reprodução deixa marcas no corpo e que o problema não são elas, mas a cultura que foi construída sobre o corpo feminino!”, explica Nicole.
Pressões externas e falta de atenção à mãe
Para a gerente de marketing Monica Rentroia, o desafio foi lidar com a pressão externa. “Questionam nosso tipo de parto, se vamos nos dedicar integralmente à maternidade, se vamos abrir mão da carreira. Aí o bebê nasce e, com ele, uma nova leva de julgamentos e opiniões: se vamos ou não amamentar, até que idade isso vai acontecer”, desabafa Monica.
“A gente precisa rever todos os nossos códigos sociais e pensar que, no primeiro momento, as atenções devem ser diretamente para a cuidadora principal, principalmente para a mãe que está amamentando. Normalmente, a ação é visitar o bebê e deixar a mãe invisibilizada. As famílias precisam cuidar da mãe e se importar com ela. Isso vai ser promotor de saúde mental materna”, avalia Nicole Cristino. No recém-lançado livro ‘Verdades que ninguém te conta’, a psicóloga e outras especialistas fazem análises e oferecem dicas sobre saúde mental materna.
Relatos reais
A publicação, da Editora MOL em parceria com a Tip Top, reúne relatos reais de Thays, Monica e outras mães que enfrentam situações como a falta de uma rede de apoio, a depressão pós-parto, conflitos conjugais, a dificuldade de amamentar e relação entre maternidade e projetos pessoais. O livro tem o objetivo de ajudar não só as mães, mas todos que percebem a importância de escutar o que elas têm a dizer e, a partir disso, e estão dispostos a formar uma rede de apoio, permitindo a mães e filhos as melhores condições para viver os encantos dessa relação. “O livro também é para quem quer ouvir o que as mães têm a dizer. Como editora especializada em impacto social, a MOL acredita que a construção de um mundo melhor passa pela empatia com dilemas do nosso dia a dia, entre eles, a saúde mental materna”, afirma a cofundadora da Editora MOL, Roberta Faria.
Fonte: A publicação, da Editora MOL em parceria com a Tip Top.