The Lancet, cerca de 23 milhões de gestações em todo o mundo terminam em aborto espontâneo a cada ano – isso é 15% do total ou 44 a cada minuto
Ainda que seja um tema que assusta muitos casais que estão tentando engravidar, abortos espontâneos são recorrentes e os números assustam. Segundo uma pesquisa publicada no periódico The Lancet, cerca de 23 milhões de gestações em todo o mundo terminam em aborto espontâneo a cada ano – isso é 15% do total ou 44 a cada minuto[i].
Esta é uma das razões pelas quais os especialistas em medicina reprodutiva buscam respostas e possíveis apoios para que essa realidade mude. Quanto maior o avanço da ciência neste sentido, maiores são as chances dos casais tentantes terem os seus filhos nos braços.
Estudos recentes sugerem a existência de uma microbiota uterina predominando microrganismos como Lactobacillus e Probionabacterium. Estes podem modular respostas fisiológicas e imunológicas, influenciando na implantação embrionária e na formação da placenta. Dessa forma, esses organismos afetam a fertilidade e o desenvolvimento gestacional. Foi demonstrado que a microbiota endometrial composta principalmente por Lactobacillus apresenta maiores percentuais na implantação, gravidez e nascidos vivos quando comparada a uma microbiota não dominada por essa espécie[ii].
A genômica é uma das áreas que pode auxiliar os médicos a mapear a microbiota endometrial. “Avanços científicos recentes revelaram a influência crucial da microbiota endometrial nos resultados reprodutivos, especialmente em mulheres submetidas à FIV após episódios de abortos espontâneos”, explica Rafael Malagoli, CEO da Bioma4Me, empresa pioneira na prestação de serviços de sequenciamento de microbioma humano no Brasil e na interpretação de seus resultados clínicos.
A tecnologia da empresa analisa a composição microbiana do endométrio, oferecendo uma compreensão abrangente do perfil único da microbiota de cada paciente. “A partir dos resultados, oferecemos uma sugestão de conduta para que o médico possa equilibrar a microbiota e aumentar as chances de sucesso da gravidez espontânea ou de uma FIV”, explica.
Essa tecnologia inovadora é um divisor de águas para mulheres enfrentando os desafios emocionais e físicos de abortos espontâneos recorrentes. Com o sequenciamento genético da microbiota endometrial da Bioma4me, os profissionais de saúde podem oferecer orientações personalizadas, capacitando as mulheres a tomar decisões informadas sobre seus tratamentos de fertilidade. “Com alguns casos já registrados, o sequenciamento da microbiota endometrial aumenta significativamente a probabilidade de sucesso do procedimento”, finaliza.
Fonte: Rafael Malagoli, CEO da Bioma4Me, empresa pioneira na prestação de serviços de sequenciamento de microbioma humano no Brasil e na interpretação de seus resultados clínicos