Nessa de ideia rasa de ser “gentil e respeitoso” com a criança, sendo que cada um assume uma interpretação sobre o que lá seja isso, muitas crianças acabam que por decidir a própria vida, quando deveriam estar sob a responsabilidade de um cuidador.
Sim, muitos criam crianças, as mantém vivas, mas quem decide a própria vida, pasme, é a própria criança que não faz ideia de quais serão as consequências do que se faz.
Ela decide então se, quando, como, quanto:
– Vai fazer alguma atividade estruturada
– Vai se alimentar
– Se vai fazer aulas extras
– O conteúdo das telas
– O tipo de brincadeira, e muito mais.
Anota aí, Coração: evitar que seu filho chore ou se frustre, não é respeitá-lo, é ser permissivo e/ou irresponsável.
Seu papel é direcioná-lo pro que PODE ser feito e ser a calma que a criança precisa.
E já adianto, não tem “mas”. Se você não sabe analisar o que vive e as necessidades do seu filho, é porque a sua comunicação precisa melhorar e quanto mais desculpas você procura, mais você procrastina no que realmente precisa ser feito.
Claro que tem situações esporádicas que a criança não só pode, como deve decidir, mas se isso acontece diariamente, o problema está em você que não sabe educá-la.
Por isso, lembre-se:
⚡Ofertar opções, é quando você decide primeiro o que pode ser feito e a criança escolhe entre essas possibilidades.
⚡ se a criança “chora pra tudo”, é porque você não a ensinou a lidar com o que sente e ela se comunica dessa forma, porque é a única forma que ela consegue ser ouvida. É você que tem que passar a criança de fase, ela não sabe o que fazer se não for ensinada, e simplesmente dizer que “não pode fazer algo”, não gera clareza sobre o que pode se fazer então
⚡ se a criança não quer fazer mais alguma aula extra ou alguma atividade, precisa entender qual a causa. Lembrando que, não se pergunta pra criança se ela quer fazer o que é preciso ser feito.
No mais, se responsabilize. Estudar pra ofertar o melhor pro seu filho, é o mínimo que você precisa fazer se realmente quiser algum resultado @educarepreciso
Crianças precisam ser ensinadas sobre a importância de se compartilhar, MAS não é obrigando-a a fazer isso que ela aprende.
Essa necessidade muitas vezes vem da insegurança dos pais, por não saber direcionar a criança, tentando calar o choro de alguém e pensando no que o outro vai pensar
5 formas de como ensinar a criança a compartilhar
- Não obrigue a criança a dividir. Ninguém aprende nada quando está com raiva
- Envolva a criança no processo de doações, reforçando a importância de compartilhar com quem não tem
- Traga consequências lógicas. Tubo bem, não emprestar, mas também não pode pegar emprestado, por exemplo.
- Direcione a criança para o que pode ser feito. Ex: Esperar a vez, ofertar um outro brinquedo para a troca
- Não direcione o compartilhamento com intuito de fazer alguém feliz. Não é responsabilidade de ninguém a felicidade do outro
Se ensina a criança a compartilhar, entendendo que esse é um processo que precisa ser construído e que isso leva tempo, já que o amadurecimento emocional da criança, é importante nesse processo.
Logo, se a criança não quer dividir, a respeite. Se nós adultos não queremos dividir tudo o que temos, por que raios a criança deveria?
Ao invés disso, ensine a criança a aguardar a vez (paciência), a ofertar outro brinquedo em troca do que ela quer ou brincar com outra coisa (negociação e foco no que pode ser feito).
Trazer ação e consequência também ajuda no processo, mas lembre-se que a ideia é gerar lógica e não castigo, logo se ela não quer emprestar, está tudo bem, ela apenas não pode pedir emprestado. Dessa forma ela entende o que o outro sente e aos poucos vai associando com suas ações e emoções.
Vale lembrar que a criança ser menor, não dá a ela o direito de sair aterrorizando os maiores, todas as crianças precisam ser direcionadas para o que pode ser feito e é papel do adulto fazer isso, ao invés de ficar lá olhando elas se “entenderem”.
Envolver a criança em processos de doações também gera clareza, afinal, nós somos o exemplo e se você naturalmente é uma pessoa que compartilha, pode ter certeza de que a criança vai aprender a ser também.
Fonte: Camila Menon – Especialista em Primeira Infância, professora e diretriz Montessori – @educarepreciso