A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) divulgaram em conjunto uma nota de alerta sobre vacinação em pessoas com Síndrome de Down.
O documento destaca que não existem evidências de interferência imunológica negativa ao administrar ao mesmo tempo a vacina inativada contra a covid-19 com qualquer outra vacina disponível no calendário da criança, do adolescente ou do adulto. Segundo as entidades, os pacientes com Síndrome de Down não devem perder a oportunidade de atualizar a sua caderneta vacinal em qualquer visita a uma unidade de saúde.
Leia aqui o documento na íntegra.
A nota de alerta foi elaborada após recente propagação de notícias falsas sobre a imunização contra a covid-19. As fake news têm sido divulgadas especialmente por meio de redes sociais. De acordo com o presidente do Departamento de Genética da SBP, dr. Salmo Raskin, diferentes estudos científicos, inclusive pesquisas brasileiras, demonstram que os pacientes com Síndrome de Down são mais suscetíveis à covid-19. Desse modo, torna-se imprescindível vacinar crianças e adultos deste grupo. “Negligenciar esse tema é submeter o paciente a sérios riscos”, diz.
Conforme também reforça o presidente do Departamento de Imunizações da SBP e vice-presidente da SBIm, dr. Renato Kfouri, não há motivos para ampliar o intervalo entre as vacinas aplicadas em pessoas com Síndrome de Down. “É justamente pela maior suscetibilidade às infecções que a imunização desses pacientes precisa ocorrer de maneira célere, seguindo os esquemas preconizados, com a aplicação de vacinas inativadas de forma simultânea. Há mais de três décadas está comprovado que a vacinação simultânea não acarreta nenhuma sobrecarga do sistema imunológico”, explica ele. Segundo ressalta ainda a nota, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já se posicionou a favor da segurança e eficácia da prática combinada da vacinação contra a covid-19 e influenza (gripe). Recomendações semelhantes foram fornecidas por autoridades de saúde pública em outros países, incluindo Itália, França, Alemanha, Espanha, Finlândia, Reino Unido, Rússia e Austrália.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)