Síndrome pode ocasionar uma série de problemas neurológicos
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Conhecida internacionalmente como “Shaken Baby Syndrom”, essa condição, que afeta principalmente bebês de poucos meses, pode ser fruto de algo aparentemente inofensivo, que é o de sacudir ou chacoalhar as crianças para que se acalmem, ou até mesmo jogá-las em brincadeiras, o ato pode provocar lesões cerebrais severas.
O neurocirurgião pediátrico Alexandre Canheu, destaca que a ação de sacudir o bebê de forma intensa pode causar danos no cérebro, impedindo a adequada oxigenação. Esse movimento brusco pode resultar em hemorragias, hematomas, danos cerebrais irreparáveis.
“Em um primeiro momento com o choque, pode ocorrer pequenas lesões que provocam pequenos sangramentos cerebrais. No começo a criança fica apenas irritada, mas ao longo do tempo isso acaba comprometendo o desenvolvimento neurológico, pois afeta o cérebro como um todo”, alerta.
As consequências mais frequentes ocasionadas pela síndrome incluem contusões, rompimento de fibras nervosas e edema do sistema nervoso central. Os sintomas decorrentes dessas lesões são variados, como alteração do nível de consciência, irritabilidade, problemas respiratórios, sonolência, recusa alimentar e vômitos. Canheu ressalta a importância de identificar rapidamente esses sinais para iniciar o tratamento adequado.
“A maioria dos pacientes não apresentam lesões físicas visíveis, mas é possível observar hemorragias subdurais, subaracnóideas e retinianas. Para identificar a síndrome, é necessário atenção com a criança que chega no pronto-socorro, realizando exames neurológicos. Entre os procedimentos comuns estão a anamnese detalhada, exame físico minucioso com exame de fundo de olho, tomografia computadorizada, ressonância magnética e biomicroscopia de fundo de olho. É importante destacar que na grande maioria das vezes, crianças com quadros assim foram alvo de abuso infantil e maus-tratos”, comenta.
Consequências a longo prazo
As consequências mais frequentes são a cegueira total ou parcial, surdez, atraso na aprendizagem e a deficiência intelectual. Nos casos mais graves, a criança pode morrer.
Fonte: Neurocirurgião pediátrico Dr. Alexandre Canheu