Uma das mais importantes funções dos pais é o processo de socialização da criança, ensinando-lhe os padrões de conduta e de moral, de acordo com a cultura em que vivem e acreditam ser o ideal.
Desde o nascimento, o bebê observa o mundo ao seu redor e, em especial, seus próprios pais, ou seja, o modo como se comportam, sentem e expressam seus sentimentos e atitudes de agrado e desagrado.
Por volta dos sete, oito meses e que coincide com o momento em que se percebe um ser diferenciado da mãe, a observação começa a apresentar um objetivo prático: a imitação. É através da imitação que se dá a maior aprendizagem da criança. Ela vai absorvendo tudo o que consegue e é possível, de acordo com sua maturação.
O modo como os pais reagem à imitação infantil, com risadas e elogios ou críticas negativas, vai incentivar ou reprimir o bebê, uma vez que ele pode imitar também os aspectos não aceitáveis do comportamento e atitudes paternas.
É aqui que se deve tomar muito cuidado, já que a tendência dos adultos é acreditar que os bebês não prestam atenção ou mesmo não compreendem o que estão vendo e ouvindo.
Pode-se dizer que muitos dos padrões e valores a criança aprende por observação dos pais e dos adultos mais próximos, como avós, tios e também com irmãos mais velhos e outras crianças de seu convívio.
Como cada criança é um indivíduo único, o modo como os pais interagem com cada filho deverá estar de acordo com o temperamento e personalidade de cada um, apesar de que os valores sociais e morais são os mesmos para todos.
Se a ligação afetiva que se estabelece na família for sólida, à medida que a criança for crescendo adotará comportamentos que sabe são esperados pelos pais e, consequentemente, pela sociedade e cultura na qual estão inseridos. Importante dizer que se ela perceber que ainda é incapaz de alcançar os padrões de comportamento impostos por eles, sentirá muita angústia e desespero. Muita paciência e compreensão neste momento.
A partir dos dois anos e meio, a criança começa a adquirir noções de certo e errado, do bem e do mal. Tornam-se mais sociáveis e compreendem melhor como funcionam as relações. É claro que algumas crianças são mais sociáveis que outras mas, de certa forma, já aceitam mais tranquilamente as que são estranhas, brincando com elas também, principalmente se desde muito cedo conviveram com outros bebês.
Sendo a família o centro do mundo social do bebê, são os pais os modelos de comportamento. Portanto é fundamental que sejam coerentes e constantes com o que esperam que seja aceitável ou não e ajam de acordo, para não confundirem a cabecinha de seu filho.
Entre dois anos e meio e três anos, a criança começa a assimilar que seus atos podem ter consequências, que não pode fazer tudo o que deseja, principalmente se afetar outra pessoa.
É esperado que se ela não ver agressão dentro do ambiente familiar, aprenda a solucionar seus problemas mais adequadamente, muito embora a violência está exposta em todos os veículos de comunicação diariamente, tornando inviável que não tenha contato de alguma forma
Os pais devem lidar com esta questão, discursando sobre a diversidade de comportamentos e de culturas que existe na sociedade e expressando honestamente seus conceitos e sentimentos de aprovação ou desaprovação, conforme o caso.
Cabe aos pais ensinar seu filho a respeitar regras e limites do grupo a que pertencem, formando uma consciência moral e social com muito amor e compreensão, mas sempre com autoridade e disciplina. Afinal, a socialização na esfera familiar funciona como uma preparação para a introdução adequada num universo muito maior.