Em SP, número de casos da doença teve salto de quase oito vezes; médica do Hospital Paulista alerta sobre a gravidade desse tipo de infecção e recomenda que pais e mães fiquem atentos aos sinais
O Estado de São Paulo vive um surto de casos de escarlatina, doença infecciosa e contagiosa que costuma ocorrer em crianças menores de 10 anos – e tem a dor de garganta como sintoma mais clássico.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo apontam um aumento de quase oito vezes no número de ocorrência em relação ao ano passado. De quatro casos, esse contingente saltou para 31 em 2023. Essa tendência de crescimento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), também é verificada em países como França, Irlanda, Suécia e Reino Unido.
De acordo com a Dra. Cristiane Adami, médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista, especializada em patologias, pais e mães precisam redobrar a atenção com a criançada neste momento.
“Especialmente na faixa etária entre 5 e 15 anos, é importante ter atenção a certos aspectos, como dor ao engolir, presença de pus na garganta, aumento dos gânglios nessa região, febre e desconforto. Esses podem ser indicativos iniciais de infecção por estreptococos beta-hemolítico do grupo A, que é o agente causador da escarlatina. Em princípio, esse tipo de doença se caracteriza justamente pela inflamação da faringe e amígdala”, destaca.
Quando em estágio mais avançado, a médica explica que o quadro clínico da doença também se notabiliza por alterações na pele, com aparecimento de manchas de tom rosado e textura de lixa, além de mudança no tom da cor da língua, que fica mais avermelhada e com as papilas ampliadas.
“O ideal é que os pais se antecipem a isso, tendo em vista que a infecção por estreptococos tem potencial de danos bem maiores quando não tratadas, inclusive levando pacientes a óbito. É um tipo de bactéria bastante nociva e que está presente em qualquer ambiente”, observa a especialista, que reforça a importância da avaliação clínica tão logo os sintomas sejam identificados.
“Geralmente, de início, os pais ignoram as queixas das crianças por pensarem se tratar de algo comum, que pode ser facilmente tratado em casa. Só depois que o caso evolui é que procuram ajuda profissional”, reitera
Diferencial importante
Um diferencial importante que, segundo a Dra. Cristiane, é válido os pais observarem é se há presença coriza, tosse e congestão nasal, associada à dor de garganta. Caso afirmativo, essas características, em tese, afastam a possibilidade de diagnóstico de escarlatina.
“Trata-se de um bom sinal, pois, geralmente, os estreptococos ficam restritos à garganta e não apresentam reações típicas de resfriado. É uma infecção mais associada à dor de garganta, aumento dos gânglios, febre, desconforto grande, dor no corpo e cabeça”, enfatiza a especialista.
Pelo sim pelo não, a recomendação é investigar o quanto antes, principalmente neste momento de aumento no número de casos. “O ideal é não postergar o encaminhamento ao médico. Até porque, se confirmada a infecção por estreptococos, é necessário iniciar de imediato tratamento à base de antibióticos – o que só pode ser feito por meio de prescrição médica”, finaliza
Fonte: Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui quase cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.