Arroto, gases, barriga roncando, soluço… não faltam timbres quando a trilha sonora está por conta do sistema digestivo. Mas, afinal, todos os barulhos e cheiros são normais? O cirurgião do aparelho digestivo, Dr. Rodrigo Barbosa, de SP, revela.
Arroto, gases, barriga roncando, soluço… não faltam timbres quando a trilha sonora está por conta do sistema digestivo. Mas, afinal, todos os barulhos e cheiros são normais.
“Os barulhos da barriga podem ser bem normais e indicarem apenas que está na hora de comer como também serem consequências do processo digestivo. Se forem acompanhados por outros sintomas como, dor e aumento do abdômen, por exemplo, pode ser indicativo de infecções, inflamações ou obstrução intestinal”, alerta o médico.
Para entender melhor cada um deles, o especialista separou algumas informações importantes sobre os barulhos e cheiros mais comuns:
- Flatulências (gases): denuncia se o organismo está em desalinho já que é o resultado da eliminação de ar ingerido junto com a comida e também de gases produzidos no intestino a partir da fermentação de açúcares durante o processo digestivo.
O corpo humano saudável elimina, em média, 20 deles por dia — inclusive durante o sono e a maioria deles nem percebemos sair. Vale ressaltar que, em certas condições, contudo, reduzem a velocidade do intestino e promovem acúmulo de gases e desconforto. É o caso da doença inflamatória intestinal, intolerâncias alimentares e desequilíbrios na microbiota.
Apesar de impactantes, cheiros mais intensos não apontam doenças. Gases fétidos são, na verdade, consequência da composição da microbiota e da fermentação de certos alimentos, como feijão, ovo, carnes, leite e tantos outros.
- Barriga roncando: O ronco que vem do abdômen normalmente é um sinal que o cérebro dispara para sinalizar que está na hora de comer. Isso acontece porque, nesse momento, o caminho é ocupado principalmente por líquidos e bolhas de ar, sem alimentos para abafar o eco do reflexo gastrointestinal.
- Arroto (eructação): o aparecimento é bem similar à das flatulências, só que a eliminação é pelo lado de cima.
Quando engolimos o ar, ele chega ao estômago, que se distende e o envia de volta pelo esôfago. A mistura com os gases concentrados por ali dá o cheiro característico dessa reação, que pode retumbar no ambiente. Mastigar rápido, falar durante as refeições e tomar bebidas gaseificadas são hábitos que influenciam neste processo.
Se os arrotos forem constantes e acompanhados de queimação, dor e regurgitação — quando um pouco da comida volta à boca —, vira sinal de alerta. Pode ser refluxo, gastrite ou outra doença que vale ser investigada.
- Soluço: Esse incômodo que chateia muita gente é uma contração involuntária do diafragma e outros músculos do tórax, seguido do fechamento da glote e vibração das cordas vocais, produzindo, por isso, um ruído característico.
Ele pode aparecer por excesso de comida ou bebidas gasosas e álcoolicas ou pode doenças já pré-relacionadas. Na maioria das vezes, a causa do soluço não é grave, no entanto, se persistir por mais de 2 dias, ou se for acompanhado de outros sintomas que indiquem doenças como pneumonia ou doenças cerebrais, é necessário.