A depressão pós-parto é mais frequente do que se imagina e precisa receber o cuidado que merece.
Há muita controvérsia sobre a depressão inclusive entre os profissionais que se dedicam a tratar dela.
Não há consenso sobre as causas da depressão ou mesmo sobre o melhor tratamento. O que se sabe é que há uma deficiência importante sobre o metabolismo da serotonina. Há uma briga entre os que defendem a medicação, como fluoxetina e semelhantes, e os que defendem tratamentos sem medicação, como meditação, acupuntura, etc.
Sou a favor de que se consiga o tratamento químico o quanto antes, e não deixar o paciente sofrer por muito tempo, até que entenda o que se passa, mesmo que a escolha do médico seja por fitoterápicos ou medicina ortomolecular ao invés de fluoxetina.
Em primeiro lugar: É importantíssimo ter uma percepção desse quadro de depressão, pois ela é sub-diagnosticada, ou quando diagnosticada, ela é mal tratada. As pessoas normalmente confundem depressão com má vontade, com preguiça, ou um cansaço apenas. Não é. Precisa de tratamento. E também dá para prevenir.
Entre as causas da depressão mais ou menos conhecidas podemos citar:
- Alto nível de estresse contínuo – o que pode ser desencadeado por muitas noites mal dormidas, a contar pelo menos 5 noites ou mais. Há inúmeras pesquisas que indicam a importância do sono reparador para a saúde mental, para a memória, para o metabolismo do açúcar e ganho de peso, e para evitar a depressão.
- O estresse emocional pela chegada do bebê também pode levar a uma queda importante da serotonina, daí a importância de psicoterapias, que também ajudam, mas não sozinhas.
- Baixo nível de vitaminas do complexo B, vitamina E e alguns sais minerais como selênio e zinco, que podem não estar na alimentação (alimentação desequilibrada) ou não estar sendo absorvidas por causa do estresse físico prolongado (perda da bio-disponibilidade do nutriente);
- Problemas metabólicos sub-diagnosticados como disfunção de tireoide ou outras funções endócrinas. Precisa ser feita uma investigação mais detalhada por um médico endócrino ou uma ginecologista, que pode pedir exames de sangue e depois encaminhar para o especialista.
- Fatores psíquicos. O pós parto é um momento de profunda introspecção e retorno inconsciente à sua própria história de nascimento. Emoções que foram experimentadas num tempo chamado de arcaico, de origem, podem estar registradas no nosso inconsciente e desencadear o sentimento vivido no passado para ser revivido no momento presente. Daí o valor da psicanálise. É bem trabalhoso, e em geral demorado, mas é uma investigação que vale muito a pena fazer, pois só depende de nós, de nossa vontade de nos conhecermos, e que traz um resultado muito valioso para a relação consigo mesmo e com os filhos.
Como alternativa ao tratamento convencional da depressão, há fitoterapia, tanto para a queda do humor, quanto para a insônia/ansiedade. Tem uma eficácia considerada bastante boa, em algumas vezes melhor. Em geral, convém usar os dois medicamentos juntos nos momentos de muito estresse, mas é importante ter um médico para receitar e acompanhar. Esses fitoterápicos já são medicamentos conhecidos de muitas ginecologistas e naturopatas. Há também que avaliar a necessidade de suplementação de vitamina B. Além disso, a medicina ortomolecular tem sido muito eficiente com medicamentos compostos programados especialmente para cada paciente. É importante descobrir um médico de confiança nessa área. Em tempo: a medicina ortomolecular é uma novidade inclusive na área médica e ainda não está dentro da cobertura dos planos de saúde.
Depois dos primeiros cuidados medicamentosos com a depressão, sob supervisão de seu ginecologista de confiança, é importante conhecer os fatores que podem ser evitados para a depressão. Cuidar da alimentação, fazer uso de vitaminas quando recomendado, procurar cuidar do seu sono, se possível contando com ajuda de outros para cuidarem do bebê nesse horário, conhecer seu metabolismo, voltar a alguma atividade física ajudam muito a evitar o estresse e a depressão.