Como a obesidade infantil pode impactar no desenvolvimento de doenças reumáticas
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Os números correspondentes a obesidade infantil no Brasil tem aumentado cada dia mais. De acordo com o Ministério da Saúde, 14,2% das crianças de zero a cinco anos viviam essa realidade em 2022. Uma a cada sete crianças passa por isso, a média global é de 5,6%. A má alimentação, consumo dos ultraprocessados e o sedentarismo são os principais fatores dessa doença.
A obesidade traz diversos problemas para as crianças como falta de atenção, baixo desempenho na escola e insônia. “Além dessas dificuldades também gera outras complicações na saúde, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, problemas respiratórios e doenças reumáticas”, explica a reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg.
Devido ao sobrepeso um estado de inflamação sistêmica pode ocorrer levando a artrite reumatoide e o aumento da inflamação nas articulações. “O excesso de peso produz uma pressão nas articulações como joelhos e os quadris, acelerando o desgaste das articulações e podendo surgir uma osteoartrite”, conta Schainberg.
Alterações metabólicas estão associadas a obesidade, gerando a resistência à insulina e devido a essas alterações é possível causar enfermidades como a gota. “Gota é uma doença inflamatória que interfere nas articulações”, ensina a reumatologista Cláudia.
A obesidade pode atrapalhar o tratamento de doenças reumáticas. “Medicamentos como anti-inflatórios e corticosteroides que utilizamos em tratamentos para as doenças reumáticas podem perder um pouco da eficácia em virtude a obesidade, tornando o processo mais desafiador”, diz Cláudia Goldenstein.
Manter hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada, realizar atividades físicas regularmente são ótimos para prevenir problemas de saúde imediatos e reduz o risco de problemas futuros.
Sobre a Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg – Com uma ampla experiência na área da saúde, Dra. Cláudia é graduada em Medicina pela Universidade Federal da Bahia e possui mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Fez também especialização em Reumatologia no Canadá e Estados Unidos. Atualmente exerce atividades de ensino, assistência e pesquisa no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, onde chefia o Laboratório de Imunologia Celular do LIM-17 e o Ambulatório de Artrites da Infância.