Imunização está disponível no SUS para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos e para adultos até os 60 anos
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A morte de uma menina de 11 anos, moradora da Zona Leste de São Paulo, em decorrência da dengue, acendeu o alerta para a importância da vacinação de crianças e adolescentes. No Sistema Único de Saúde, a vacina contra a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti está disponível gratuitamente em duas doses, com intervalo de três meses, para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e para adultos até 60 anos. As crianças menores, que não podem tomar a vacina na rede pública, podem encontrar a imunização na rede privada, que oferece doses a partir dos 4 anos.
Segundo a infectologista Fátima Porfírio, do Hospital e Maternidade Sepaco, referência em atendimento materno-infantil, a dengue pode ser particularmente perigosa em jovens, pois, se não tratada adequadamente, pode evoluir para formas graves, como a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue, condições que exigem atendimento médico imediato.
Atenção aos sintomas
Além dos sintomas clássicos como febre, dor de cabeça e atrás dos olhos, prostração, dores no corpo, musculares ou articulares, em casos mais graves, podem surgir complicações que afetam órgãos vitais.
“Os pais e responsáveis precisam ficar atentos a sinais de febre alta de 39º a 40º, sangramentos nas mucosas ou sintomas como dor abdominal, vômitos persistentes, prostração, irritabilidade. Caso isso aconteça, a recomendação principal é buscar ajuda médica o quanto antes, pois pode levar a pessoa à morte em até 24 horas”, explica a infectologista.
Nos casos mais brandos, que podem ser tratados em casa, a recomendação é manter a hidratação adequada e utilizar soro caseiro, soluções de reidratação oral disponíveis em farmácias ou postos de saúde, água, chás e água de coco, gelatina e picolés de frutas,” orienta a infectologista.
Saiba como é feito o diagnóstico
Após a picada do mosquito, o período de incubação varia de 5 a 6 dias. Os sintomas geralmente começam a se manifestar a partir do terceiro dia O diagnóstico é realizado por meio de exames laboratoriais. No entanto, não há um tratamento específico para a doença, sendo o manejo focado no alívio dos sintomas. Além da ingestão de líquidos é recomendado repouso e utilização apenas dos medicamentos indicados pelo médico.
Vírus 3 não circulava há 17 anos
Segundo Fátima, como o vírus 3, subtipo que não circulava há 17 anos, está desencadeando a maior parte dos casos da doença, há muita gente suscetível a ele, principalmente os menores de idade.
“O que preocupa é o ressurgimento desse vírus que não circulava no país desde 2008, atingindo pessoas mais suscetíveis ao sorotipo 3. O importante é ressaltar que a vacina protege contra os quatro sorotipos e que a população deve se vacinar e tomar a medidas preventivas”, diz a infectologista.
Alerta para dengue entre jovens
“É preciso enfatizar que o paciente não deve optar pela automedicação em casos de suspeita de dengue, pois há medicamentos, como ácido acetilsalicílico, que provocam complicações no quadro”, comenta Fátima.
Como prevenir a dengue
A prevenção é a estratégia mais eficaz para reduzir a incidência de casos de dengue e a mortalidade associada à doença. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a eliminação dos focos do mosquito transmissor, o que inclui ações simples, como evitar o acúmulo de água em recipientes como pneus, caixas d’água e garrafas. A aplicação de repelentes e o uso de roupas de manga longa também são medidas que podem proteger durante os períodos de maior circulação do mosquito.
“Lembrando que o uso de repelente é indicado para crianças a partir de 2 anos. No caso dos bebês é importante protegê-los com roupas e mosquiteiros nos berços”, alerta a infectologista.
A adoção de medidas simples de prevenção contribui significativamente para a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti. Para isso é importante tampar os reservatórios com água parada como caixas d`água. Não esquecer também de objetos abertos que podem acumular água como pneus – que devem ser furados e guardados com cobertura ou recolhidos pela limpeza pública.
Os pratos de vasos de plantas também podem acumular água e nesse caso, é indicado que se coloque areia ou troque a água uma vez por semana. Mas não basta esvaziar o recipiente. É preciso também higienizar os pratos dos vasos esfregando para retirar os ovos do mosquito depositados na superfície da parede interna, pouco acima do nível da água. Isso vale para qualquer recipiente com água.
Fonte: infectologista Fátima Porfírio, do Hospital e Maternidade Sepaco