Garantir a imunização de crianças e adolescentes é fundamental para evitar casos de doenças de transmissão interpessoal
Com as férias escolares e a volta às aulas em breve, pais e responsáveis devem redobrar a atenção com a atualização da carteirinha de vacinação, garantindo a imunização de crianças e adolescentes e prevenindo a contaminação por doenças que podem ser transmitidas na escola. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a vacinação de crianças e adolescentes é fundamental para evitar casos de doenças de transmissão interpessoal, considerando o convívio em ambientes coletivos e fechados como as salas de aula.
Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Katia Oliveira, é comum as crianças adoecerem nas primeiras semanas de aula, pois o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento, o que facilita o contágio com doenças infecciosas que podem ser transmitidas de uma criança para outra por meio de contato e ambiente. “As vacinas são a forma mais eficiente na prevenção, controle, eliminação e erradicação das doenças imunopreveníveis, além disso têm a capacidade de reduzir a taxa da mortalidade em casos de doenças mais graves”, afirma.
Adolescentes também estão muito suscetíveis e desenvolver doenças graves que podem ser transmitidas pelo contato direto, indireto e em salas fechadas, como, por exemplo, a meningite meningocócica, que segundo a SBP atinge até 23% dos adolescentes e adultos jovens, que podem transmitir a bactéria sem necessariamente desenvolver a doença. “Muitas doenças infecciosas, como a coqueluche, são transmitidas com o contato direto, ao tossir, espirrar ou falar, e a melhor forma de proteção é com a vacinação. Além disso, as crianças também ficam imunes às formas graves de tuberculose, hepatites A e B, diarreia por rotavírus, poliomielite (paralisia infantil), difteria, meningite, rubéola, caxumba, febre amarela e ao sarampo e tétano, entre tantas outras doenças”, reforça Katia.
Vacinação por idade
Kátia explica que é fundamental que os pais estejam atentos ao calendário vacinal e levem seus filhos para que apliquem as vacinas na idade correta. “O cuidado com a correta aplicação e com a data é fundamental para garantir a imunidade de forma efetiva, lembrando que crianças maiores, que contam com todas as vacinas aplicadas, também ajudam a proteger os menores, que por conta da idade ainda não podem tomar um determinado imunizante”, completa.
Confira algumas das principais vacinas que devem ser tomadas conforme as idades:
Ao nascer
BCG – protege contra formas graves de tuberculose. Deve ser aplicada no primeiro mês de vida, no braço direito e a reação ocorre nas semanas seguintes, devendo somente ter cuidados locais como a limpeza com água e sabão.
Hepatite B – protege mais de 95% dos casos. Pode ser aplicada desde o primeiro dia de vida, sendo recomendada nas primeiras 12 horas após o nascimento para evitar a transmissão do vírus de mãe para filho. A vacina deve ser feita em três doses: as duas primeiras com um mês de intervalo e a terceira, seis meses após a primeira.
Primeiros meses de vida
Hepatite A – entrou no calendário básico em 2017 e deve ser tomada em uma única dose, administrada em crianças de 15 a 23 meses.
Penta/DTP – oferece proteção contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b. É dada aos 2, 4 e 6 meses de vida e tem reforço aos 15 meses e aos 4 anos.
VIP/VOP – protege contra a poliomielite (paralisia infantil). É aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida. Os reforços devem ser tomados aos 15 meses e aos 4 anos e também durante as campanhas anuais de vacinação. As três primeiras doses são da Vacina Inativada Poliomielite (VIP), injetável. Os demais reforços, normalmente, são com o vírus atenuado (VOP), em gotinhas.
Pneumocócica 10-valente – garante proteção contra 10 subtipos da bactéria pneumococo, com doses aos 2 e 4 meses. O reforço é feito aos 12 meses.
Rotavírus – deve ser tomada em duas doses: aos 2 e aos 4 meses. Deve-se atentar para este período, pois a vacina não pode ser realizada após esse prazo. O rotavírus provoca infecção gastrointestinal e é grave para os bebês, podendo levar à morte por desidratação.
Meningocócica C – é aplicada aos 3 e aos 5 meses, com um reforço aos 12 meses. Protege contra a meningite C, doença que pode causar surdez e lesões cerebrais permanentes.
Febre Amarela – deve ser tomada aos 9 meses, com dose única. Existia um reforço aos 10 anos, porém, houve uma mudança no esquema vacinal e essa dose não é mais necessária, apenas para áreas de risco.
Tríplice Viral – protege contra o sarampo, rubéola e caxumba. Devem ser aplicadas duas doses, a primeira aos 12 meses de vida, um reforço aos 15 meses e outra entre os 4 e 6 anos de idade.
Tetra Viral – substitui a Tríplice Viral contando com a imunização contra quatro vírus: sarampo, rubéola, caxumba e a varicela (catapora). Só está disponível na rede privada. É aplicada aos 15 meses.
Acima de seis meses e adolescência
Influenza – protege contra o vírus Influenza e deve ser tomada todos os anos por crianças de seis meses a cinco anos, assim como adolescentes, adultos e idosos.
HPV – deve ser tomada por meninas de 9 a 14 anos e meninos de 12 a 13 anos. O vírus do papiloma humano (HPV) é transmitido sexualmente e está relacionado ao câncer de colo de útero. Por isso, o objetivo é imunizar as crianças bem antes do início da vida sexual, reduzindo, assim, os índices desse tipo de câncer.
HPV quadrivalente – previne contra Infecções pelo Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18. Deve ser tomada em 2 doses por meninos de 11 e 14 anos.
Vacina meningocócica ACWY (conjugada) – Protege contra doenças invasivas causadas por Neisseria meningitidis dos sorogrupos A, C, W e Y. Deve ser tomada em dose única em idade de 11 e 12 anos. Para facilitar ainda
Fonte: Enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Katia Oliveira