Quando se trata de se cuidar para não sair do eixo, tanto a neurociência quanto a espiritualidade indicam a prática para o equilíbrio mental
Está cada vez mais difícil manter a tranquilidade diante dos desafios de conciliar longas jornadas profissionais, acadêmicas e familiares. Se identificou? Infelizmente, não é só com você que isso acontece. Esse é um ponto de vista quase unânime na vida moderna. Basta olhar ao redor e verá que muitas pessoas apontam a necessidade de “desacelerar o ritmo” como um desejo que encabeça uma extensa lista de bem-estar.
Mais do que isso. Entramos em uma espécie de sistema automático e chegamos ao ponto de encarar o estresse como uma consequência pontual e, até mesmo, natural desse estilo de vida. Portanto, precisamos entender que não é saudável viver assim. Quantas vezes deixamos passar incômodos físicos e emocionais, achando que era apenas resultado de uma rotina multidisciplinar?
Essa é uma visão completamente equivocada. O nosso corpo dá sinais quando algo no nosso organismo está fora do comum e, por nosso sistema nervoso estar sempre acelerado, a ansiedade acaba indo muito além do que seria um alerta saudável.
Entretanto, o nosso cérebro e o nosso sistema nervoso são excelentes para detectar ameaças. Segundo a neurociência, eles até são projetados para lidar com pequenos surtos de estresse, os quais até aprendemos a desenvolver mecanismos próprios para nos recuperarmos. Já a espiritualidade vê esses desafios como oportunidade de aprendizado. Estamos (principalmente hoje em dia) em um processo de desapego de maus hábitos e nos adaptando à chegada de uma nova Era.
Não é preciso escolher um lado. Afinal, não existe certo ou errado. Se tem uma coisa que aprendi no meu despertar e com a prática do Kundalini Yoga e sempre compartilho nos meus canais, é que a verdade nada mais é que um ponto único no centro de uma esfera e, dependendo de onde a encaramos, podemos ver pontos de vista diferentes.
Por isso, hoje trouxe essas duas visões e, apesar de enxergarmos a ciência e espiritualidade como lados opostos de uma mesma moeda, em algum momento, elas se entrelaçam e, juntas, nos ajudam a entender situações adversas e a encarar o “desconhecido”.
Como a neurociência explica o estresse?
Sob a perspectiva científica, entende-se que determinados níveis de estresse podem até ter benefícios, como quando destravam mecanismos que aumentam a aprendizagem, por exemplo.
Funciona assim: quando percebemos um sinal de perigo, rapidamente ficamos prontos para lutar ou fugir para garantir a sobrevivência. Mas, para isso, o cérebro suspende todo raciocínio “desnecessário” que ocorre em nosso córtex pré-frontal, a parte que utilizamos para tomar decisões embasadas em informações recebidas anteriormente.
Basicamente, quando estamos sob estresse por um longo período de tempo, ficamos mais reativos, impulsivos e ansiosos e menos criativos, engenhosos e flexíveis.
Eu te digo. Estar em constante alerta gera fadiga que, por sua vez, drena o nosso sangue para as partes vitais. Com isso, o sistema imunológico cai, trazendo vários malefícios para a saúde. Esse sistema de alerta impede a capacidade de pensamento a longo prazo e faz com que as pessoas se tornem cada vez mais imediatistas e incapazes de pensar nas melhores escolhas para o futuro.
Entretanto, como mencionei acima, também existe uma explicação do ponto de vista espiritual para essa carga de stress elevada que estamos experienciando nos últimos meses. Mas antes de me aprofundar nele, é preciso deixar claro uma questão: Você já ouviu falar da nova Era, também chamada de Era de Aquário?
O que é a nova Era?
A nova Era é um processo a nível global de elevação de consciência. Para a astrologia – e demais vertentes de sabedorias milenares – o planeta passa por Eras que duram, aproximadamente, 2.160 anos, responsáveis por desencadear mudanças sociais, culturais e espirituais que visam o desenvolvimento humano. Esses períodos, por sua vez, marcaram a ascensão e queda de inúmeras civilizações que contribuíram para o nosso nível de consciência e, agora, estamos prestes a subir mais um degrau nessa escada da evolução.
Essa atual virada de Era – de peixes para aquário – é uma “elevação” de vibrações e marca o começo de profundas transformações da realidade na qual estamos acostumados. Vamos deixar o desejo de “ter” e “pertencer a algo”, para vibrar no sentimento de “ser e existo”. Essa expansão de consciência direciona um olhar que ainda é individual para o coletivo, e promete um mundo com senso de igualdade e liberdade. É onde o individual brilha para o bem coletivo, cada um de nós tem esse dom individual para contribuir com o coletivo.
Ou seja, tudo que nos tira do eixo faz parte desse processo de transformação. E todos esses efeitos negativos, inclusive o medo, são naturais quando passamos a ver o mundo como conhecemos se diluindo.
E apesar do medo do desconhecido, sempre digo que para evoluir para essa nova Era, o ideal é descobrir como ficar confortável com o desconfortável. Assim como a passagem de Plutão por Capricórnio que perdura até 2024, nos estimula a desapegar dos costumes que ainda julgamos necessários, transformar essas estruturas e, assim, renascer para a nova consciência.
Para despertar e elevar a sua vibração…
A saída é trabalhar a mente e se conectar com a alma. A verdade é que não conseguimos controlar o que está fora, mas conseguimos controlar a nós mesmos. Uma das alternativas para trabalhar a nossa saúde mental é a yoga.
Segundo André Palmini, neurologista e pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) “Durante a meditação o nosso cérebro desativa as áreas ligadas ao estresse, ao controle e permite que a gente olhe para dentro da gente e isso tem um efeito de relaxamento”.
Ele afirma que essas consequências geradas por esses momentos de reflexão, proporcionam melhora no sistema imunológico e são fonte de saúde física e mental. Um exemplo concreto de que a neurociência e a espiritualidade podem ser grandes aliadas.