18/02 – Dia Nacional da Criança Traqueostomizada

Especialista desmistifica a traqueostomia

Publicado no Diário Oficial no final de 2021, 18 de fevereiro foi determinado como o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada e tem como objetivo promover ações de conscientização e de esclarecimento sobre os cuidados necessários às crianças traqueostomizadas, sensibilizando profissionais da saúde, pais, responsáveis e familiares sobre a importância no atendimento multidisciplinar dessas crianças para a diminuição do risco de complicações e morte.

A traqueostomia é um procedimento cirúrgico para colocação de uma cânula na traqueia liberando as vias aéreas para permitir a respiração, trata-se de uma alternativa para estabelecer a respiração de pacientes que apresentam obstrução à passagem de ar na laringe.

É importante salientar que, em determinadas situações, as crianças precisarão permanecer durante algum tempo (que podem ser até anos) com o a cânula, e que, apesar disso, é possível oferecer qualidade de vida para esses pacientes.

É o caso de Meline Stefani Sampaio, de cinco anos, que após uma internação por pneumonia grave, ficou 37 dias entubada na UTI, causando uma estenose grau IV na qual 100% da traqueia permanece fechada, impedindo a passagem de ar, e precisou realizar o procedimento de traqueostomia.

“No começo, tudo era novo então para nós era muito difícil aceitar a traqueostomia, mas depois vimos que esse procedimento foi melhor para ela. Meline já fez algumas cirurgias e agora em março fará uma para reconstrução da traqueia com enxerto e colocação de molde”, explica a mãe Rosana Stefani Sampaio.

Rosana fala que o preconceito no uso da traqueostomia muitas vezes, vem mais dos adultos do que das próprias crianças. “Algumas ações de pessoas nos deixam constrangidos, estamos fazendo de tudo para ela não sentir isso. As crianças reagiram bem na escola, sua inclusão foi muito boa, as crianças a abraçaram. Esse foi o primeiro ano dela na escolinha presencial, durante as atividades, a professora fazia de tudo para não dar atividades que usassem o sopro por ela não conseguir soprar ainda. A falta de informação sobre o significado da traqueostomia é grande ainda. As pessoas chegam e perguntam para minha filha: qual seu nome? Como ela não responde, aí vamos explicar o motivo dela não responder. Ela está crescendo e entendendo bem o que já está acontecendo. Estamos dando todo o suporte que podemos para nossa filha”, conta a mãe.

“Nosso objetivo é proporcionar melhores condições de vida para essas crianças e suas famílias, para irem para a escola, frequentar espaços sociais e promover o conhecimento sobre a traqueostomia”, conclui Dra. Saramira Cardoso Bohadana, otorrinolaringologista e coordenadora do Programa Aerodigestivo do Sabará Hospital Infantil.

Fonte: Sabará Hospital Infantil, localizado na cidade de São Paulo, é referência no atendimento de crianças e adolescentes até 18 anos. É o primeiro Hospital exclusivamente pediátrico a conquistar acreditação pela Joint Comission International (JCI), um selo que assegura sua qualidade assistencial.  

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