Especialista dá dicas de como identificar o comportamento diante de violações de direito e abusos
O dia 18 de maio é marcado como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data trata de uma realidade que impacta diretamente os Brasileiros. Segundo os dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que analisou os crimes cometidos em 2021, o Brasil registrou, em média, 130 casos por dia deste crime. Diante de tantos desafios é preciso nos questionarmos sobre como é possível promover a defesa e promoção dos direitos e identificar sinais dos diversos tipos de violência.
Para Michele Aparecida Morais Santos, psicóloga do Marista Escola Social Ir Lourenço, é importante alertar sobre os sinais de violência e debater sobre as ferramentas que a sociedade tem para prevenção. “É necessário um trabalho preventivo e de escuta, preparar toda a sociedade para aprender a identificar os sinais trazidos pelas crianças e adolescentes”, revela.
Segundo a psicóloga, os tipos de violência podem ser categorizados em física, psicológica, sexual e institucional, em que todas as crianças e adolescentes têm seus direitos negligenciados. “Muitos comportamentos estão diretamente ligados à violência, discriminação, e qualquer omissão que prejudique a criança e o adolescente. Como são seres diferentes e únicos, precisamos lembrar que cada um pode reagir de maneiras diversas dependendo do que vivenciam”, alerta.
Projetos reforçam a importância do debate
A escola, como espaço de escuta e acolhimento, promove reflexões com os alunos sobre a importância e a defesa dos direitos. No Marista Escola Social Ir Lourenço, que atende crianças e adolescentes gratuitamente na Zona Leste de São Paulo (SP),
os alunos e a comunidade são engajados a debaterem sobre o tema. “Nesse sentido devemos oferecer a maior quantidade de informações, para que as famílias e os responsáveis possam fortalecer seus filhos, por meio da escuta e do acolhimento, assim toda comunidade escolar e a rede de apoio estão alinhadas em atividades que ensinem, debatam e promovam a defesa dos direitos”, reforça.
Para a especialista, toda a rede de apoio da criança e do adolescente pode identificar sinais de possíveis violações dos direitos. Confira as dicas:
Mudanças de comportamento
Desde o rendimento escolar, até o isolamento, ansiedade ou alterações no sono ou na alimentação são fatores que devem ser olhados com cuidado pelos responsáveis e por toda família.
Comportamentos repentinos
Se a criança ou adolescente retorna hábitos e comportamentos que já tinha abandonado anteriormente, pode ser um dos sinais para observação. “Com a pandemia, é importante olhar para as relações sociais. Muito desse cuidado pode estar ligado com a forma como age na frente das telas e computadores, todas as características devem ser observadas em conjunto com outros fatores”, reforça Michele.
O silêncio na rotina
Em casos relacionados aos diversos tipos de violência crianças e adolescentes podem se sentir ameaçados, por isso, o silêncio pode ser uma característica do comportamento.
Sinais físicos
Em caso de violência física, além dos sinais visíveis, podem aparecer também sintomas como dores na cabeça, enjoos e dificuldades digestivas, por exemplo.
Aprendizagem
Baixo rendimento, dificuldade de concentração, pouca participação nas atividades escolares. “Todos esses sinais podem ser observados, e essa rede de apoio pode identificar e oferecer o suporte e também empoderar as crianças e adolescentes para serem cada vez mais defensores dos seus direitos”, reforça a psicóloga.
Fonte: Marista Escolas Sociais atende gratuitamente 7700 crianças, adolescentes e jovens por meio de 20 Escolas Sociais, localizadas em cidades de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Os alunos atendidos nas Escolas Sociais têm acesso a uma educação de qualidade e gratuita que vai desde a educação infantil até o ensino médio, além de projetos educacionais e pedagógicos que acontecem no período contrário às aulas.