Amamentação materna contribui para o crescimento dos músculos e ossos faciais do bebê
Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados no ano passado, as mamães curitibanas amamentam seus bebês no peito por cerca de 10 meses, tempo inferior à média nacional que é de 11 meses. Por outro lado, o índice de aleitamento na primeira hora de vida é de 71,2%, enquanto a média nacional é de 67,7%. “A amamentação materna é de extrema importância, pois desenvolve e fortalece a musculatura orofacial e contribui no desenvolvimento da região dentofacial”, ressalta Gerson Köhler, ortodontista e ortopedista-facial da Köhler Ortofacial.
Com a amamentação, o bebê aprende a respirar e a realizar as funções de mastigação e deglutição corretamente. Durante os intervalos da sucção do leite, toda a musculatura é fortalecida. “Quanto mais o bebê puder mamar no seio da mãe, melhor será seu desenvolvimento. Os dentes decíduos (de leite) começam a aparecer mais tarde, por volta dos 6 meses, ocasião em que já há o crescimento facial necessário para tal”, explica o especialista.
De acordo com a fonoaudióloga Nilse Waltrick Köhler, especialista em Distúrbios Miofuncionais da Face da Köhler Ortofacial, o ato de mamar é que dá início a toda a dinâmica da cadeianeuromuscular das estruturas que fazem parte das funções de fonação, mastigação, respiração e deglutição. “Este sistema está totalmente ligado aos componentes do rosto e ao sistema respiratório”, acrescenta.
Os estímulos feitos pela sucção estimulam a mandíbula, auxiliando no seu crescimento e no prepara para o futuro processo de mastigação. Nilse esclarece que a sucção é considerada a primeira fase que precede a mastigação e se ela não for realizada no tempo devido e da forma correta pode prejudicar o desenvolvimento das estruturas faciais. “As alterações nas funções respiratórias e de deglutição são nocivas e causam crescimento facial inadequado”, aponta a fonoaudióloga.
Gerson destaca que todo o comportamento motor neuromuscular da face é comandado pela sucção, deglutição e respiração e por isso o aleitamento materno se torna fundamental no desenvolvimento harmônico e estético da face. “A amamentação contribui tanto na área nutricional quanto na afetiva e no crescimento muscular e ósseo do bebê”, acrescenta.
Quanto ao uso de mamadeira e chupeta, Nilse alerta que a criança pode adquirir hábitos inadequados, como respirar pela boca – o que altera o crescimento e desenvolvimento da face e causa distúrbios miofuncionais. “As chupetas artificiais acabam confundindo o bebê, ocasionando o mal posicionamento da língua no seio, reduzindo a quantidade de leite e consequentemente o desmame precoce”, observa.
Além disso, há outros danos como a falta de estímulo da musculatura orofacial – quando o bico da chupeta está muito aberto e a criança apenas engole o leite, sem exercitar os músculos – ou excesso de trabalho muscular, quando o bico é muito fechado e o bebê tensiona os músculos errados. “Isto acaba tornando as arcadas dentárias pequenas, sem espaço para os dentes e a língua”, complementa Gerson.
Nilse observa ainda que é através da sucção do leite materno que o bebê exercita e fortalece os músculos responsáveis pela articulação das palavras. “A língua, os lábios e a bochecha precisam ser estimulados para que a criança consiga – na época certa – falar corretamente”, finaliza.
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