Com o Surto de Gripe e a Nova Variante da Covid-19, Pacientes com Asma Grave Precisam ficar Atentos

O verão 2022 já começou e os noticiários nacional e mundial foram tomados por dois temas: a nova variante da Covid-19, a Ômicron, e a Influenza (Gripe).

As duas doenças, que causam inflamações das vias respiratórias, podem desencadear crises para pacientes com Asma Grave ¹, o que tem gerado preocupação na sociedade médica. Recentemente, foi apresentado um estudo na Reunião Científica do American College of Allergy, Ashtma and Imunology (ACAAI) sobre os cinco principais gatilhos para ocorrência de crises de asma. As infecções virais apareceram em segundo lugar, com 70% dos apontamentos4. Por isso, neste momento, é importantíssimo que pessoas com Asma Grave sejam vacinadas e mantenham os cuidados de prevenção contra estas duas viroses.
 

Segundo o Dr. Ciro Kirchenchtejn, mestre em Pneumologia pela EPM-UNIFESP e membro do grupo docente da disciplina de Pneumologia e Medicina Preventiva da UNIFESP, os avanços da medicina permitem que pacientes consigam conviver com a Asma Grave hoje, embora não haja uma cura. “Estes são pacientes de qualquer idade que permanecem com sintomas ou exacerbações apesar do uso com técnica correta e dose adequada dos medicamentos inalatórios, boa aderência ao esquema terapêutico do esquema 4 (corticoides inalatórios, broncodilatadores de ação longa, antileucotrienos). Nestas condições, o especialista deve avaliar o que pode ser acrescentado ao tratamento de acordo com o que se chama fenótipo da asma”, explicou o médico.
 

Asma Grave

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 300 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com Asma, sendo que de 5% a 10% desses pacientes têm Asma do tipo Grave³. Tão importante quanto o diagnóstico e adesão ao tratamento, é o paciente conhecer os gatilhos que favorecem o aparecimento de crises da doença.

A Asma é considerada grave quando, apesar da utilização de altas doses de duas ou três medicações de controle associadas, ainda existem sintomas, crises e limitações no dia a dia, criando dificuldades para os pacientes. Durante a crise, a pessoa apresenta sintomas como respiração ofegante, falta de ar, aperto no peito e tosse noturna ou de manhã cedo. Frequentemente, podem ser evitados limitando-se a exposição aos gatilhos e respeitando o tratamento indicado pelo médico especialista. 1  

No total, ocorreram mais de 46 mil mortes relacionadas à doença globalmente. No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas convivem com diferentes formas desta doença respiratória, de origem inflamatória. A Asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS, conforme o grupo etário, tendo em média 350 mil internações anualmente³. Uma das principais medidas para o seu controle é o tratamento adequado de acordo com a gravidade da doença e a adesão do paciente ao tratamento.


Hoje, com novos medicamentos, como o imunobiológico, as pessoas que sofrem com Asma Grave podem melhorar sua qualidade de vida ². Coisas simples como caminhar, praticar alguns tipos de exercícios e outras atividades, antes difíceis para esses pacientes, com o advento das novas terapias, já podem ser realizadas garantindo bem-estar.

Dr. Ciro Kirchenchtejn

Mestre em Pneumologia pela EPM-UNIFESP e membro do grupo docente da disciplina de Pneumologia e Medicina Preventiva da UNIFESP.

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