Segundo estudo realizado pela World Obesity Federation, ainda existe uma previsão de aumento, com 34% de pessoas obesas no Brasil em 2030
A obesidade mundial quase triplicou desde 1975. Atualmente, no Brasil, existem cerca de 41 milhões de pessoas acima de 18 anos com obesidade, correspondendo a 26% da população. Esse número mais que dobrou entre 2003 e 2019 e a previsão é de continuar aumentando no mundo todo.
De acordo com estudo publicado pela World Obesity Federation em março de 2022, existe uma previsão de 34% de pessoas com obesidade no Brasil em 2030, o que corresponde a cerca de 53 milhões de brasileiros. Nos dias de hoje são 2,8 milhões de pessoas que morrem por ano em decorrência do excesso de peso e obesidade.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos com 22 mil pessoas de 16 a 74 anos, entre 23 de outubro e 6 de novembro de 2020, e divulgada em janeiro de 2021, concluiu que o isolamento social trouxe consequências à saúde física das pessoas. O levantamento mostrou que 51% dos brasileiros engordaram desde o início da pandemia.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, o número de procedimentos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) reduziu 69,9% entre 2019 e 2020, pela redução nas cirurgias durante a pandemia. “A cirurgia modifica vários aspectos da vida dos pacientes. O primeiro é a relação com a comida, pois os pacientes passam a comer porções menores e alimentos mais saudáveis e menos calóricos. A perda de peso facilita a prática de atividade física que antes da cirurgia era difícil e muitas vezes acompanhada de dores. A autoestima também melhora muito”, explica Dr. Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico e Coordenador de Ensino e Pesquisa do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
“O excesso de peso sobrecarrega o sistema ósseo e articular, ocasionando uma série de problemas ortopédicos. Além disso, está associado a diversos outros problemas como pressão alta, diabetes, gota, asma, aumento de colesterol, dor de cabeça e câncer. Uma alimentação equilibrada com base em frutas, verduras, legumes, fibras e consumo moderado de carne vermelha, gorduras e carboidratos influencia muito na saúde”, explica Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga do Departamento de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, a primeira organização sem fins lucrativos do mundo direcionada a pessoas com obesidade.
Segundo a nutróloga, a preferência deve ser sempre pelo que é natural. “Costumo falar que devemos descascar muito mais que desembrulhar, já que a ingestão de alimentos industrializados e embutidos de forma descontrolada também é causa de doenças como o câncer. A prática da atividade física aliada a uma boa alimentação é muito importante para uma vida saudável”, completa a Dra. Andrea.
Uma das grandes barreiras na busca do tratamento da obesidade é o preconceito. “Muitas pessoas acreditam que a obesidade não seja uma doença e a relacionam à falta de força de vontade, falha de caráter ou algo facilmente controlável. Mas, isso não é verdade. O tratamento da obesidade engloba diferentes frentes, como reeducação alimentar, prática regular de atividade física, medicação, acompanhamento psicológico e cirurgia bariátrica”, finaliza a psicóloga Andrea Levy, presidente da ONG Obesidade Brasil.
ONG Obesidade Brasil =O Instituto Obesidade Brasil é a primeira organização sem fins lucrativos do mundo direcionada a pessoas com obesidade e surge com o objetivo de conscientizar e trazer informações claras e objetivas, sempre com mentoria científica, com linguagem acessível sobre obesidade, prevenção, diagnóstico, tratamento, novas tecnologias e direcionamento aos centros públicos e gratuitos de atendimento, ajudando da melhor forma possível