Na semana do Dia das Mães, especialista explica como é estabelecida a relação genética entre mãe e filho, para que se reconheçam pelo cheiro
Os cheiros têm a capacidade de nos remeter a diversas sensações marcantes e experiências passadas, sejam boas ou ruins. Isso só é possível graças à memória olfativa, função emocional do olfato, que faz com que as pessoas associem certos aromas à infância, lugares ou entes queridos.
A otorrinolaringologista do Hospital Paulista Dra. Leila Ortiz Tamiso explica que o ser humano tem uma capacidade de associar cheiros e gerar memórias no cérebro, em uma área chamada sistema límbico, de onde provém nossas emoções.
“Os cheiros têm o poder de interferir no comportamento humano e no seu emocional, por isso, o olfato é um dos principais dos cinco sentidos e desempenha um importante papel na vida humana”, destaca.
De acordo com a especialista, o cérebro é como se fosse uma máquina, capaz de armazenar inúmeras lembranças, enquanto o nariz abriga seis milhões de receptores de odor. E o aroma funciona como um estímulo externo, desencadeando uma reação neurológica no hipocampo — estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro humano, considerada a principal sede da memória –, e associando tal cheiro a fatos importantes da nossa vida.
“Dessa forma, o cheiro tem o potencial de retomar as emoções com maior força do que qualquer outro sentido, devido ao grande número de conexões entre a região olfativa e o cérebro”, ressalta.
Relação mãe e filho
O olfato é o sentido mais desenvolvido nos recém-nascidos. Conforme Dra. Leila, a cavidade nasal dos fetos começa a funcionar já na 9ª semana da gestação e, a partir da 13ª, os nervos olfativos — responsáveis por formar o nariz –, já estão conectados ao cérebro.
Segundo a Dra. Leila, o cheiro dos filhos acalma as mamães, transmitindo tranquilidade.
Perda de olfato x perda de memória
A perda de olfato é um dos sintomas mais característicos da contaminação pela Covid-19, que afeta as células responsáveis pelo sentido. No entanto, a especialista explica que além da COVID, alergias nasais (rinite), sinusites, problemas respiratórios, traumatismo craniano, doença de Parkinson, Alzheimer e até câncer, podem afetar o olfato, o que, consequentemente, interfere na perda de memórias importantes à vida.
Dra. Leila reitera que, em muitos casos, o olfato pode ser recuperado. Para tanto, um dos tratamentos mais utilizados é o treinamento olfativo.
Além do treinamento, hidratantes da mucosa nasal, corticoides e descongestionantes nasais também podem ser utilizados para tratar e recuperar o olfato.
Fonte: A otorrinolaringologista do Hospital Paulista Dra. Leila Ortiz Tamiso