As informações são do cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa, que alerta sobre temas que acontecem todos os dias com todo mundo, e que vale saber melhor.
Papel higiênico: pode causar fricção e irritação, o que pode levar à fissuras ou dermatites na região anal. Por isso o papel higiênico pode ser vilão da saúde íntima. O indicado é que após a evacuação, a região seja lavada no chuveiro ou na ducha higiênica. Se não houver essa possibilidade, os lenços umedecidos ou papel higiênico molhado apenas para limpar, são uma boa alternativa.
No mais, ao se limpar, o papel deve ser usado suavemente, sem raspar. É importante entender que ele deve ser usado para secar ou limpar os excessos, não para esfregar na pele. E o mesmo vale para as mulheres ao fazer xixi. Não se pode esfregar, pois pode ferir a região genital. O papel deve ser usado para ser comprimido contra a pele, sem causar atrito. Val ainda uma ressalva para as características do tipo de papel. Quanto mais cores, cheiros e mais grossa forem as folhas, menos ele é recomendado. A preferencia deve ser aos neutros e macios.
É preciso ir ao banheiro todos os dias? A constipação intestinal é caracterizada quando o individuo passa três dias sem ir ao banheiro ou que sofre com dificuldade na saída das fezes, seja por ressecamento ou necessidade de esforço para evacuar.
O ideal é que todos evacuassem todos os dias, o normal é ir ao banheiro uma vez cada três dias e, no máximo, três vezes ao dia. O mais importante é a consistência das fezes que devem ser bem formadas e saírem sem dificuldade. Para que tudo isso aconteça, o tripé da saúde é bem importante: alimentação rica em fibras, hidratação e exercício físico.
Barulhos e cheiros do corpo — até que ponto são normais?
Os barulhos da barriga podem ser bem normais e indicarem apenas que está na hora de comer como também serem consequências do processo digestivo. Se forem acompanhados por outros sintomas como, dor e aumento do abdômen, por exemplo, pode ser indicativo de infecções, inflamações ou obstrução intestinal.
- Flatulências (gases): denuncia se o organismo está em desalinho já que é o resultado da eliminação de ar ingerido junto com a comida e também de gases produzidos no intestino a partir da fermentação de açúcares durante o processo digestivo.
O corpo humano saudável elimina, em média, 20 deles por dia — inclusive durante o sono e a maioria deles nem percebemos sair. Vale ressaltar que, em certas condições, contudo, reduzem a velocidade do intestino e promovem acúmulo de gases e desconforto. É o caso da doença inflamatória intestinal, intolerâncias alimentares e desequilíbrios na microbiota.
Apesar de impactantes, cheiros mais intensos não apontam doenças. Gases fétidos são, na verdade, consequência da composição da microbiota e da fermentação de certos alimentos, como feijão, ovo, carnes, leite e tantos outros.
- Barriga roncando: O ronco que vem do abdômen normalmente é um sinal que o cérebro dispara para sinalizar que está na hora de comer. Isso acontece porque, nesse momento, o caminho é ocupado principalmente por líquidos e bolhas de ar, sem alimentos para abafar o eco do reflexo gastrointestinal.
- Arroto (eructação): o aparecimento é bem similar à das flatulências, só que a eliminação é pelo lado de cima.
Quando engolimos o ar, ele chega ao estômago, que se distende e o envia de volta pelo esôfago. A mistura com os gases concentrados por ali dá o cheiro característico dessa reação, que pode retumbar no ambiente. Mastigar rápido, falar durante as refeições e tomar bebidas gaseificadas são hábitos que influenciam neste processo.
Se os arrotos forem constantes e acompanhados de queimação, dor e regurgitação — quando um pouco da comida volta à boca —, vira sinal de alerta. Pode ser refluxo, gastrite ou outra doença que vale ser investigada.
- Soluço: Esse incômodo que chateia muita gente é uma contração involuntária do diafragma e outros músculos do tórax, seguido do fechamento da glote e vibração das cordas vocais, produzindo, por isso, um ruído característico.
Ele pode aparecer por excesso de comida ou bebidas gasosas e alcoólicas ou pode doenças já pré-relacionadas. Na maioria das vezes, a causa do soluço não é grave, no entanto, se persistir por mais de 2 dias, ou se for acompanhado de outros sintomas que indiquem doenças como pneumonia ou doenças cerebrais, é necessário.
Autoria: Dr Rodrigo Barbosa – Cirurgião geral pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. Especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês-SP.