Especialista explica os tipos de disfunção e o tratamento de reabilitação que ajuda a solucionar o problema
Localizado abaixo da cintura e importante para a sustentação de órgãos, o assoalho pélvico é composto por músculos, tecidos de suporte e ligamentos. Quando esse conjunto de músculos se enfraquece ou é prejudicado por outros fatores, ocorre a disfunção do assoalho pélvico. As pessoas com essa condição contraem os músculos ao invés de relaxar e com isso, não conseguem ter um movimento satisfatório na região pélvica.
Pouco discutida e repleta de tabus, a doença atinge cerca de um terço da população, entre homens e mulheres de qualquer idade, além de crianças. As disfunções do assoalho podem levar a alterações em diversos órgãos e sistemas causando a incontinência fecal e urinária, o prolapso genital, as disfunções sexuais, as anormalidades sensoriais, a dor pélvica e muitos outros. Com vergonha do assunto, muitas pessoas acabam adiando a busca de um tratamento adequado.
“A musculatura pélvica é formada por um conjunto de músculos que envolve toda a bacia que tem como principal função de sustentar os órgãos pélvicos (intestino, bexiga, útero e ovários). A perda desta função pode acarretar alterações miccionais, fecais e sexuais, acometendo homens e mulheres em qualquer faixa etária, inclusive os prolapsos (queda de órgãos pélvicos)”, explica Marta Lira, enfermeira estomaterapeuta com foco em incontinência na clínica ConvaCare.
Conheça os tipos de disfunção que pode estar presente no dia a dia da população:
- Disfunções miccionais neurogênicas e não neurogênicas: são alterações no ato de urinar (incontinência urinária de esforço, bexiga hiperativa e capacidade vesical reduzida por doenças crônicas, como tuberculose);
- Disfunções anorretais: afetam o ânus e o reto;
- Disfunções pélvicas pediátricas: são incontinências que atinge as crianças;
- Disfunção sexual: é a dificuldade na resposta sexual, desejo, orgasmo ou dor persistente e recorrente;
- Prolapsos pélvicos: quando os músculos e ligamentos pélvicos ficam enfraquecidos e incapazes de manter os órgãos pélvicos no lugar;
- Dor pélvica crônica: é definida como dor pélvica não menstrual ou não cíclica, com duração de pelo menos seis meses, suficientemente intensa para interferir em atividades habituais;
- Vaginismo: a condição em que a mulher sente dor durante a relação sexual.
De acordo com a enfermeira, a principal disfunção miccional é a Incontinência Urinária (IU) que podemos classificar com as três mais recorrentes: IU por esforço, IU por urgência e IU mista. Ela comenta, ainda, sobre como é feito o tratamento para solucionar o problema.
Diante disso, o tratamento inclui:
- Avaliação dos músculos do assoalho pélvico por especialista;
- Diário miccional (trata-se de um diário de 1 a 3 dias onde o paciente registra toda a ingesta de líquidos, quantifica volume da urina espontânea e as perdas);
- Treinamento muscular específico para cada tipo de IU (fortalecimento ou relaxamento, o paciente aprende a identificação da musculatura correta);
- Treinamento para mudanças comportamentais que inclui hábitos de ingesta de líquidos, alimentos e bebidas potencialmente irritantes para a bexiga urinária, manejo da constipação e hábitos sanitários;
- As melhores tecnologias adjuvantes: como o biofeedback – formas de toque e sensibilidade diferentes para cada pessoa; eletromiográfico – traz uma resposta através de um aparelho, que ajuda na avaliação da musculatura; eletroestimulação – é a aplicação de uma corrente elétrica para recrutamento de fibras que estimule a musculatura; vibração – é o efeito da vibração de corpo inteiro nos músculos do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária de esforço.
Fonte: ConvaCare é um centro internacional de excelência no tratamento e reabilitação de pessoas com feridas, estomias e incontinência urinária. ConvaCare tem um programa de Reabilitação do assoalho pélvico comprovado por órgãos nacionais e internacionais.