Pneumologista explica sobre novo protocolo de atendimento da asma
Nesse 21 de junho é comemorado o Dia Nacional de Controle da Asma. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a asma é uma das doenças crônicas mais comuns na primeira infância, sendo que no país, cerca de 20% das crianças em fase escolar, residentes em grandes centros urbanos, sofrem com algum sintoma da doença. No Sabará Hospital Infantil, a maioria dos casos (em torno de 50%) surge até três anos de idade.
“A asma é considerada uma inflamação de origem alérgica que faz com que os brônquios (os “tubos” que levam o ar para dentro dos pulmões) e toda a árvore respiratória sejam muito sensíveis ao meio ambiente, o que dificulta a respiração. Quando o corpo percebe uma variação no ambiente como mudança de temperatura, fumaça, uma agressão de um vírus ou um exercício físico, os brônquios se fecham”, explica a pneumologista do Sabará Hospital Infantil, Dra. Maria Helena Bussamra.
Neste ano, a partir de uma determinação do GINA – Global Initiative for Asthma – o protocolo de tratamento da doença foi alterado reforçando o uso de corticoides inalatórios em todos os seus estágios. “Quando a asma passou a ter esse conceito de doença inflamatória, começamos a usar o corticoide inalatório na menor dose possível para prevenção das crises. Caso aconteça uma crise mais grave, usamos o broncodilatador de forma associada e não de maneira individual como era aplicado antes. Mesmo quem não faz uso contínuo de corticoide inalado, numa crise, deve usar um corticoide junto ao broncodilatador,” afirma a pneumologista.
Durante o período de inverno, entre maio e agosto, houve um aumento no atendimento de casos de crianças com crises de asma conforme os dados abaixo:
% por faixa etária (ASMA)*
Idade
2019
2020
2021
2022
<1 ano
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
1 a 2 anos
0,0%
4,4%
13,2%
9,3%
3 a 4 anos
21,0%
27,1%
42,3%
32,2%
5 a 6 anos
41,3%
34,3%
23,2%
28,0%
7> anos
37,7%
34,3%
21,3%
30,4%
*Dados Sabará Hospital Infantil
A asma fica em quarto lugar entre as taxas de todas as internações de outras doenças respiratórias (15,3%); ficando atrás apenas dos casos de bronquite (18,9%), pneumonia (16,4%), bronquiolite (15,3%). “A maioria dos casos tende a aparecer na infância, principalmente no primeiro ano de vida”, afirma Dra. Maria Helena.
Os sintomas mais comuns são falta de ar, chiado ou aperto no peito e tosse, sendo que durante uma crise, a criança pode apresentar ainda lábios com coloração arroxeada, extrema dificuldade de respirar, confusão mental ou sonolência, pulsação rápida e sudorese.
Para amenizar as crises é possível fazer algumas medidas preventivas como: aderência ao tratamento proposto pelo médico especialista, evitar ambientes fechados, pouco ensolarados e sem ventilação, manter a casa arejada e praticar exercícios físicos regularmente e de forma controlada.
Fonte: Sabará Hospital Infantil, localizado na cidade de São Paulo, é referência no atendimento de crianças e adolescentes até 18 anos. É o primeiro Hospital exclusivamente pediátrico a conquistar acreditação pela Joint Comission International (JCI), um selo que assegura sua qualidade assistencial.