Mamografia, ultrassom das mamas, mapeamento genético e cirurgia de redução de risco: afinal, que exames e procedimentos detectam precocemente o câncer de mama e quais realmente previnem a mulher de desenvolver a doença? Mastologista esclarece as dúvidas
Mulheres que têm familiares próximos com câncer de mama fazem parte do grupo de alto risco para a doença e podem tomar medidas preventivas que reduzem em até 80% a probabilidade de desenvolverem a patologia. O mapeamento genético também é eficaz para a adoção de reposição hormonal, quando necessária. Já a mamografia e o ultrassom mamário são imprescindíveis para detecção precoce da doença, que aumenta as chances de cura
Outubro Rosa é o mês da prevenção contra o câncer de mama e, nos próximos dias, aumentarão os procedimentos de mamografia e ultrassom mamário, exames importantíssimos para as mulheres, já que detectam o câncer de mama no começo e, com o diagnóstico, é possível realizar o tratamento com grande chance de cura. “Mas é importante lembrar que esses dois exames não previnem a mulher de desenvolver o câncer de mama. Eles foram criados justamente para que nós, mastologistas, possamos ajudar as pacientes a descobrir se elas sofrem da doença e, assim, buscar tratamento o mais rápido possível”, explica a mastologista Mariana Rosario, do corpo clínico do hospital Albert Einstein e com formação em Mastologia pelo Instituto Europeu de Oncologia, em Milão, na Itália.
Segundo ela, em se tratando de câncer de mama, porém, há uma modalidade de exame que permite que ações sejam tomadas para que a paciente aumente em até 80% a chance de não desenvolver a doença: trata-se do mapeamento genético (cujo nome pode variar de um laboratório para o outro), indicado para mulheres com histórico pessoal ou familiar de câncer de mama hereditário. “Quando uma mulher tem familiares próximas, como mãe e irmãs, com a doença, pode realizar o mapeamento e saber se carrega os genes que a farão desenvolver também o mesmo problema”, diz a mastologista Mariana Rosario,
Segundo a médica, se a mulher carrega esses genes, ela pode optar pela cirurgia de redução de risco, que é a remoção de 80% a 90% das mamas, para que se elimine a possibilidade de desenvolvimento do câncer no mesmo percentual. “As mamas são removidas e reconstruídas e a paciente passa a fazer acompanhamento, porque o risco se reduz a 20% ou 10%. É uma atitude que pode salvar a vida dessa mulher”, enfatiza a médica.
Os testes genéticos costumam mapear mais de 20 tipos de marcadores, sendo o mais conhecido deles o BRCA (dos tipos 1 e 2). “Quem carrega esse gene tem alta probabilidade de desenvolver o câncer de mama. É preciso, porém, que a parente com câncer também seja testada, então, se ela já faleceu, o teste é invalidado”, alerta a médica.
Os mesmos testes também podem ser utilizados no mapeamento do câncer de ovário.
Reposição hormonal
Realizar o mapeamento genético é importante também para as mulheres que precisam de reposição hormonal mas têm casos de câncer de mama na família. “Até bem pouco tempo atrás, a reposição era completamente desaconselhada, porque o estradiol pode aumentar o risco do desenvolvimento do câncer de mama. Porém, se a mulher não carrega esse gene, podemos optar pela terapia de reposição hormonal”, diz a médica.
Ela explica que, neste caso, apenas os hormônios bioidênticos são indicados. “Além de serem os mais parecidos com os que temos naturalmente no organismo, eles são implantados conforme a dose que as mulheres precisam, de forma individualizada”, diz a médica.
A terapia de reposição hormonal é de extrema utilidade em alguns momentos da vida, especialmente na menopausa, quando os níveis hormonais caem e muitas mulheres desenvolvem problemas de saúde como a Síndrome Metabólica, aumentando o risco cardíaco. Elas também podem ter insônia, depressão e outros problemas que vão além dos mais comuns, relatados por quem passa por uma transição leve do período fértil para o não-fértil.
Fonte: Dra. Mariana Rosário – Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e especialista em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto. É membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.