10 de Outubro – Dia Mundial da Visão

Avanços na ciência e tecnologia para corrigir e controlar a miopia infantil

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A saúde visual infantil tem ganhado cada vez mais atenção da sociedade devido ao aumento significativo dos casos de miopia entre crianças. Cientistas consideram a miopia uma epidemia global, influenciada por fatores como o aumento do tempo de uso de dispositivos digitais e a falta de atividades ao ar livre.

Levar a criança ao oftalmologista desde cedo é fundamental para detectar e tratar problemas de visão antes que eles afetem significativamente a qualidade de vida e o desenvolvimento escolar. Médicos especialistas recomendam que o primeiro exame oftalmológico seja realizado entre 6 meses e um ano de idade, com uma nova avaliação entre três e cinco anos, seguido de exames anuais na fase escolar. Exames regulares permitem o diagnóstico precoce e a implementação de tratamentos eficazes que podem prevenir e desacelerar a progressão da miopia.

A pandemia de Covid-19 exacerbou a situação que já era crítica. Estudo da Associação Médica Americana revelou um aumento alarmante nos diagnósticos de miopia entre crianças durante esse período. Em 2020, a taxa de miopia nos EUA entre crianças de seis anos foi de 28,8%, subindo para 36,2% em 2021, em comparação com uma taxa máxima de 5,7% entre 2015 e 2019. Esse aumento está associado ao confinamento e ao uso prolongado de telas para atividades escolares e recreativas. Ao realizá-las em casa, as crianças passam por uma redução a exposição à luz natural, o que é essencial para o desenvolvimento ocular saudável.

Atualmente, no Brasil, a situação é igualmente preocupante. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, em 2050, 50% da população brasileira será míope, incluindo os pequenos. Na escola, crianças míopes podem ter dificuldade em ler a lousa, executar tarefas diárias, participar de atividades esportivas e reconhecer rostos e objetos à distância. Isso não só prejudica o desempenho escolar, mas também pode levar a diagnósticos errôneos de distúrbios como o TDAH, quando, em alguns casos, a desatenção é gerada por um certo grau de miopia. A falta de diagnóstico e correção adequada pode também causar frustração, baixa autoestima e desinteresse pelas atividades escolares e sociais. Na vida adulta, essa condição, se não tratada adequadamente, pode levar a problemas sérios como descolamento de retina, glaucoma e degeneração macular.

Visto esse cenário, empresas e associações estão comprometidas em fornecer soluções inovadoras para melhorar a saúde visual. Hoje já existem diversas tecnologias e tratamentos disponíveis para combater a miopia infantil.

No caso dos óculos, existem lentes que representam uma transformação significativa no controle da progressão da miopia infantil por se tratar de um tratamento não invasivo. Além de serem lentes estéticas, transparentes e seguras, são desenvolvidas para corrigir o grau de miopia e desacelerar sua progressão, graças a uma tecnologia exclusiva chamada H.A.L.T. (Hilal Aspherical Lenslet Target). Estudos clínicos demonstraram que, em comparação a lentes convencionais, lentes com essa tecnologia podem desacelerar a progressão da miopia em 67%, em média, quando usadas 12 horas por dia, todos os dias. E para garantir que os pequenos utilizem os óculos, hoje há armações desenvolvidas com materiais maleáveis, sem peças pequenas, para se adaptarem ao rosto infantil com segurança.

Os avanços na ciência e tecnologia estão transformando a abordagem no tratamento da miopia infantil, revelando um futuro promissor para o campo de pesquisa. Com o desenvolvimento de novas tecnologias e uma compreensão mais aprofundada dos mecanismos subjacentes à miopia, é possível vislumbrar tratamentos mais personalizados e preventivos, que não apenas ampliem o acesso à correção visual, mas também reduzam a progressão da condição desde a infância. Esses desenvolvimentos recentes representam apenas o começo de uma jornada contínua rumo a soluções mais eficazes e acessíveis, capazes de revolucionar o tratamento e proporcionar um futuro mais brilhante para as próximas gerações.

Fonte: Renata Souza, gerente da marca Transitions no Grupo EssilorLuxottica

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